The OA é uma dessas “séries do momento” que o Netflix lança. O serviço de streaming já criou muitas produções, muitas delas absurdamente boas – como o caso de Black Mirror e House of Cards – e este novo seriado de ficção científica é mais uma tentativa.
Começou bem, mas no final das contas, eles falharam.
O seriado acompanha o tema de experiência de quase morte. Conta a história de uma garota russa que perdeu a visão quando criança, desapareceu por sete anos quando mais velha e retornou cheia de mistérios.
A partir desses mistérios, The OA (o nome que ela mesma se dá) conta uma narrativa sobre onde ela teria passado esses sete anos, e o que aconteceu.
A história se revela bem interessante, mas começa pouco a pouco a escorregar. E, de algo como Stranger Things e Black Mirror, vira uma mistura de Glee e Fé.
Confira algumas das escorregadas que o seriado apresenta.
Parece uma coisa mas é outra
Durante os primeiros episódios da série, ficamos completamente entretidos com diversos tipos de mistérios e a história que envolve a personagem principal. Muitos personagens são apresentados, cada um distinto do outro e praticamente todos problemáticos.
Há uma ligação entre conceitos filosóficos e a experiência de quase morte. Podemos ver uma certa metáfora em cada personagem em relação a isso. E o seriado discorre de uma forma mais cética e científica até a metade. Depois, começa a desandar.
A personagem se diz o “Anjo Original”, e logo desenvolve um tipo de dança tribal que supostamente abriria portais para outras dimensões.
Inconsistências no roteiro
Há inconsistências no roteiro, ou simplesmente pode ser proposital, em algum esquema de seriado tipo “Lost”. Ou seja, coisas implantadas apenas para criar mistério, mas a intenção é nunca resolvê-los ou explica-los.
Tudo é muito subjetivo. O mundo “astral” da experiência de quase morte, a visão perdida e recuperada da personagem. O tempo que ela passa em “cativeiro” e como ela retorna à sua vida normal. Como ela lida com as situações, os livros encontrados na casa dela em um dos últimos episódios. O papel “Glee” (a dança) em toda a história.
Drama adolescente
Cada um dos personagens representa algum problema. Há um transexual, uma professora frustrada, um filho de uma mãe que cometeu suicídio, o estudioso nerd que tem a mãe desestruturada e o jovem agressivo.
Ao bom estilo de seriados ou filmes de escola, cada personagem lida com seu problema ao longo da narrativa, graças a história contada por The OA. Alguns dos personagens, porém, são mais explorados do que outros. Isso deixa claro que o grupo é formado apenas para que a produção seja vista como algo que inclui, como uma espécie de amparo para “todos que sofrem”.
Isso acontece também em relação aos personagens da história contada por The OA. Uns são mais explorados que outros – sendo que Rachel, por exemplo, não teve qualquer espaço no seriado. Já para o drogado, a cubana e o jogador de futebol, o tratamento foi um pouco diferente.
Um sádico gente boa e totalmente equilibrado
Furo de roteiro um cara como Hap, que gerencia todos os experimentos de acordo com a história da OA, ser tão paciente, equilibrado e às vezes até “gente boa” com a moça.
O problema é que ele é um sádico obscuro. Onde estão os traços de psicopatia? Como ele leva “na boa” manter cinco pessoas em cativeiro por anos, as torturando múltiplas vezes?
A partir do que é apresentado no seriado, a coisa parece até de mentirinha. Uma brincadeira. E não passa de forma concreta a situação de desespero e desgraça os quais os confinados realmente se encontram.
Tapa buracos
Parece uma espécie de seriado para acalentar o coração daqueles que procuram “acreditar”. Os desajustados, infelizes, depressivos, agressivos, aqueles que ainda não descobriram sua sexualidade, que não estão satisfeitos, que procuram uma resposta para a vida, que querem se livrar das frustrações, encontrar um sentido na vida.
A prova de que tudo isso serve como um tapa buracos, ou uma produção apenas para “incluir todos” é a cena final, em que um ator negro, que até então nem tinha aparecido no seriado, é apresentado como maconheiro e introduz a cena final como se fosse um dos protagonistas.
Ficou algo como: “Nossa, não colocamos negros como protagonistas para não dar na cara que é um grupo de personagens estabelecidos por minorias, mas há um ali, o maconheiro, no finalzinho.”
De acordo com The OA, é só acreditar. É como se fosse um “O Segredo” misturado com “ciência” e dança primitiva. Uma auto-ajuda em forma de seriado. Se você acreditar e dançar, tudo vai dar certo, cara.
Final frustrante e decepcionante
Os episódios, apesar de chegarem na metade da série com grande maestria e uma narrativa bem estruturada, começam a ficar maçantes, longos, desinteressantes.
Porém, se você já chegou na metade, vai querer ver até o final, para descobrir de que raios se trata essa bagaça.
É aí que você descobre uma das conclusões mais decepcionantes de todos os tempos. Há a inserção de um elemento surpresa no seriado, o qual simplesmente não tem nada a ver com o restante da história.
Esse desfecho também é concluído graças a dança aprendida pelos personagens. Aquela que, se eles fizerem com o “sentimento” certo, vão abrir o portal para outra dimensão.
Isso tudo soava muito legal. Mas na prática é realmente frustrante.
É preferível acreditar mesmo que tudo era uma loucura da The OA. Que ela é insana e criou toda a história na cabeça dela. Nessas horas a gente agradece o diretor e roteirista Zal Batmanglij por ter inserido aqueles livros embaixo da cama de Prairie (a OA).
A série é basicamente sobre acreditar. Uma tentativa de algo como “A Vida de Pi”. O problema é que as metáforas ficaram muito confusas e enfadonhas.
E… eu realmente acreditava que seria uma série excelente.
Não era esse o conceito da série? Basta acreditar para tudo dar certo? Não deu.
The OA
Diretor e Criadores: Zal Batmanglij, Brit Marling
Roteiro: Zal Batmanglij, Brit Marling
Elenco: Emory Cohen, Scott Wilson, Alice Krige | Veja o elenco completo
Não esquecendo que no inicio após reunir o grupo uma das orientações de Prairie ( OA) era que todos deixassem a porta da frente de suas casas abertas ( não vamos discutir o fato de ninguém mais dentro da casa notar a porta da frente arreganhada) o que mais tarde é totalmente ignorado tanto pelos protagonistas quanto pelos roteiristas que não explicaram o motivo…
Depois do êxtase deixado por WestWorld, senti uma vontade imensa de procurar algo do gênero com grandes mistérios envolvendo ficção científica, e até mesmo algo sobrenatural, o que foi bem apresentado pelo trailer de The OA.
O feedback negativo de tantos espectadores realmente me convenceu a não assistir, já que a decepção seria eminente.
Exatamente. Esqueci de mencionar isso no texto, mas foi algo sem sentido também. Fiquei pensando: po, ninguém percebe em nenhuma das casas que a porta ficou aberta? E pra quê deixar a porta aberta?
Tem uma cena q o menino pergunta a irmã que esta assistindo TV na sala se ela nao percebeu q a porta estava aberta.
Mas os livros plantados no quarto ja tem uma resposta convincente. Nao eram dela mesmo pq ela era cega.
Gostei da série toda, inclusive do final. Gosto de series que me deixam questoes que podem ser respondidas com detalhes percebidos quando se vê mais de uma vez.
É aí que vc se engana, a série é boa! Se for acreditar em tudo que ler, vai ficar doido, assista e tire suas próprias conclusões, se um blogueiro diz que não presta, não significa que ela não presta pra todo mundo! Matéria tendenciosa!
Andrey, faço minhas as palavras do Fabio. A série é boa sim. Assiste com o coração aberto, ou melhor, deixe a porta aberta….deeer rsrs
Que bosta de artigo hein, respeito sua opinião mas a série é muito boa, você apenas não gostou ou prefere um certo estilo, porém os 5 motivos são completamente vagos. A série é muito boa!
Não, não é sobre acreditar. É sobre transição. “Morremos tantas vezes q nem consigo contar.”
Hahaha… Tarde demais (ainda bem, rs) já assisti e já AMOOOO!
Assiste de novo meu amigo, assiste de novo que você não entendeu foi nada. Tá passando vergonha.
Primeiro que além de mim compara a série Com “As aventuras de PI”, fora isso… Assiste de novo pois você não entendeu hahahaha
Mente fraca eim amigo, pois eu a assisti exatamente pq muitos disseram que não tinham entendido, escutei comentários de pessoas que não sabiam se amavam ou odiavam, isso aguçou a minha vontade em ver, e desde então, não a esqueço.
Assistiu errado, assiste de novo
Rapaz repense sua escolha profissional. Tú tá mais para forças armadas do que crítico de cinema. Sua visão é muito linear. “Parece uma coisa mas é outra” “Tudo é muito subjetivo”, “Sádico equilibrado” Ah! Ah! Para você tudo tem que ser preto no Branco? Ou então não é bom. Assista de novo,sem Pré Conceitos.