Neste Dia Nacional do Livro, celebrado em 29 de outubro, selecionamos os livros que lemos em 2014 e que mais gostamos. Tem para todos os gostos: clássicos, ficção científica, ficção, filosofia e muito mais. Confira a seguir:
9 dicas de livros que lemos em 2014
Recomendações da Paula
O Apanhador no Campo de Centeio, J.D. Salinger, 1945
O Apanhador no Campo de Centeio é um livro de 1945 escrito pelo norte-americano J. D. Salinger. A obra é um dos romances mais lidos nos Estados Unidos tendo sido traduzido para mais 67 línguas.
A história se passa durante um final de semana em companhia do adolescente Holden Caulfield, um garoto rico com muitas questões e que age com certa rebeldia à realidade que lhe é apresentada.
Holden estuda em um colégio interno próximo de Nova York e, depois de ser expulso por bombar em quase todas as matérias, ele resolve ir para casa mais cedo. O livro é narrado em primeira pessoa e, mais que nos apresentar o que está acontecendo ao redor de Holden, o autor faz questão de contar o que se passa na cabeça dele. São questões filosóficas que vão além do cotidiano de um adolescente e que merecem reflexão. Leia aqui (em português)
O Velho e o Mar, Ernest Hemingway, 1952
O Velho e o Mar é uma parábola sobre a vida e a natureza. É um dos romances mais famosos da literatura norte-americana e foi o último livro escrito por Ernest Hemingway em Cuba no ano de 1951.
Acompanhamos a trajetória de um velho pescador que está há mais de três meses sem pescar nenhum peixe. Acometido pela falta de sorte, ele parte para uma jornada sozinho no mar onde se depara com o maior peixe que seus olhos já viram.
O Velho e o Mar é um livro simples, mas com uma grande mensagem sobre a essência humana, a sobrevivência, a sorte e a perseverança.
Memórias do Subsolo, Fiódor Dostoiévski, 1864
Neste pequeno livro de 146 páginas, o russo Fiódor Dostoiévski nos contempla com uma literatura ímpar que se confirma e se renega quase que ao mesmo tempo. O personagem-narrador, conhecido como o “homem do subsolo”, age contra tudo e contra todos: a ciência, a aritmética, a superstição, o progresso, o atraso, a razão e a falta dela.
O livro foi publicado em 1864, mas os assuntos tratados são muito contemporâneos. Em um trecho ele escreve: “Todo homem tem algumas lembranças que ele não conta a todo mundo, mas apenas a seus amigos. Ele tem outras lembranças que ele não revelaria nem mesmo para seus amigos, mas apenas para ele mesmo, e faz isso em segredo. Mas ainda há outras lembranças em que o homem tem medo de contar até a ele mesmo, e todo homem decente tem um considerável número dessas coisas guardadas bem no fundo. Alguém até poderia dizer que, quanto mais decente é o homem, maior o número dessas coisas em sua mente.”
Uma leitura fácil e ao mesmo tempo densa, perfeita para aqueles que gostam de pensar sobre as situações humanas a que estamos acometidos e que de certa maneira não podemos fugir. Afinal, como o autor sugere, por que dois e dois precisam sempre somar quatro?
Recomendações do Flávio
Realidades Adaptadas, Phillip K. Dick, 1995
Realidades Adaptadas apresenta uma coleção de contos de Phillip K. Dick das quais fazem parte as histórias originais (e muito mais legais) de filmes conhecidos, como Vingador do Futuro, Minority Report e Blade Runner.
As histórias originais, na verdade, têm pouco a ver com as produções cinematográficas, salvo uma exceção ou outra. Portanto, mesmo se você já conhece os filmes, é uma surpresa ver como os contos são mais imersivos e interessantes.
Este livro entrou na minha lista de favoritos de todos os tempos por juntar alguns elementos que eu realmente gosto. O primeiro é que o livro é composto de contos rápidos, mas ao mesmo tempo profundos e consistentes. Segundo, são contos que brincam com a realidade e que geralmente sugere universos alterados, futuristas. Depois vem a escrita, que flui muito bem e não é muito rebuscada.
Fahrenheit 451, Ray Bradbury, 1953
Como seria um mundo em que os livros são proibidos, a educação é simplificada e as ações dos humanos consistem apenas em apertar botões e falar de banalidades? Ter senso crítico ou opinião própria, por exemplo, é “errado” nessa sociedade.
A narrativa acompanha Guy Montag, um bombeiro — que na história são pessoas que queimam livros — enquanto ele começa a se questionar sobre o modelo de sociedade vigente. Ele seguia a sua profissão por tradição familiar, depois que seu pai e avô também foram bombeiros. E só começa a questionar depois que conhece uma garota chamada Clarisse McClellan.
O livro expõe a infelicidade de viver em um mundo superficial, condicionado e burro, enquanto dá uma luz no fim do túnel para o personagem principal – o que nos faz acompanhar a leitura até a última página para descobrirmos o desfecho de uma história fantástica.
Fluam Minhas Lágrimas, Disse o Policial, Phillip K. Dick, 1974
A história acompanha um cantor de TV famoso, Jason Taverner, que acorda em um quarto de hotel sem saber o que aconteceu. Quando ele sai do local, percebe que ninguém o conhece e que ele está em outro mundo.
É uma versão distópica dos Estados Unidos de 1988, onde a polícia domina todos os distritos e é estabelecida uma espécie de ditadura. O protagonista, que faz parte de uma espécie “superior” de humanos, encontra diversos personagens e constantemente se pergunta se aquilo é um sonho ou uma realidade.
Entre cenas de ação, dúvidas, personagens malucos, drogas e loucuras, o livro apresenta uma conclusão sensacional que nos deixa pensando sobre o assunto por um bom tempo. Leia aqui a crítica completa do livro.
Recomendações do João
O Oceano no Fim do Caminho, Neil Gaiman, 2013
O Oceano no Fim do Caminho é uma fabula, leve, rápida e descontraída, que conta a história de um homem de meia-idade que retorna a sua cidade natal, para um funeral. De volta, acaba recuperando diversas lembranças de acontecimentos de sua infância, que viveu ao lado de sua amiga Letie.
A história lembra muito Coraline, também do mesmo autor. No decorrer, você acaba vendo acontecimentos narrados por uma visão infantil do personagem, e por ser muito inocente, nos perguntamos se o que ele está vivendo não passa apenas de um olhar medroso de uma criança aflita, ou se realmente há magia e seres incríveis no mundo.
Neil Gaiman consegue criar histórias fantásticas que fazem pensar, e são rápidas e simples de ler. Uma leitura gostosa e despretensiosa pra quem gosta de fabulas fantásticas.
O Nome do Vento, Patrick Rothfuss, 2009
Esse é o primeiro livro da incrível trilogia A Crônica do Matador do Rei, e conta a história de Kvothe, o “suposto” dono de uma taberna que começa a contar sua biografia para um escriba, a qual será contada em três dias. Cada dia equivale a um livro da trilogia.
A história se passa em um mundo imaginário que é incrivelmente descrito pelo autor: o mundo é vivo, com criaturas próprias, novos tipos de magia, e até mesmo línguas próprias. A trilogia vem sendo constantemente comparada as criações de Tolkien e George R.R. Martin.
Notícias dizem que a Fox está preparando uma série de TV do livro para concorrer com Game of Thrones, esperamos que a ideia saia do papel, pois com certeza esse é um dos melhores mundos de ficção criados até hoje.
Inferno, Dan Brown, 2013
Há quem odeie Dan Brown e há quem tem preconceito em relação a seus livros. Até para esses tipos de pessoas, recomendo Inferno. Esse livro é de longe a melhor obra do autor, e apesar de não ser um “primor” da literatura, nos faz pensar de verdade sobre o futuro da humanidade com teorias sobre a super-população e a filosofia emergente do transumanismo.
De quebra, as descrições sobre as obras de Dante Alighieri e, da cidade de Florença irá aguçar a vontade de todos de conhecer mais sobre a cultura e a história italiana.
Mesmo sendo o último livro das histórias do personagem Robert Langdon, você pode ler esse livro sem ter lido os outros sem problema algum. É o tipo de literatura para se ler e ter calorosas e demoradas conversas com seus amigos sobre as teorias que ele apresenta.
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Esses livros são todos bestas,acho que a pessoa que fez isso não sabe que existe o livro *A culpa é das estrelas* que foi eleito como melhor filme e livro do ano,pelo menos o John Green esta na lista de primeiro lugar dos melhores autores do mundo
Quem não gostou tô nem ai num tô aqui pra agradar ninguém…
Oi Lyandra. Sabemos que existe este livro sim. Mas não o lemos ainda. A matéria em questão é sobre livros que lemos, gostamos e recomendamos. Isso não exclui qualquer outro livro que nossos leitores possam recomendar, como você o fez no seu comentário.
Nem por isso achamos os livros que outras pessoas leem “bestas”. Cada um tem um gosto específico e recomenda o que quiser. 🙂
Superinteressante cada uma das indicações. Já anotei vários autores para incluir na minha lista de 2015. Gostaria de recomendar minhas três últimas leituras. Pra começar: “A extraordinária jornada de Edward Tulane” de Kate DiCamillo pela forma de envolver num dos melhores contos infanto-juvenis que já li, falando sobre perdas e o amor. O segundo palpite fica com o bizzaro “Pinocchio de Winshluss” pela fantástica ilustração e a maldade de um boneco que perdeu de vez a inocência e por fim, a terceira indicação é o pertubador livro de Coetzee chamado “Desonra”. Lêr para crer. Haja estômago… e boa leitura.
Oi Katya. Obrigado pelo comentário e pelas ótimas indicações. 🙂
Não consigo ler Neil Gaiman , reconheço que é genial mas eu não consigo me conectar com a narrativa dele.
As indicações da Paula são fantásticas , assim que vi assumi o compromisso, “O velho e o mar” já está salvo no meu e-reader, o restante vou adquirir.