Ciência

Astrônomos testemunham a agonia final de um planeta sendo destruído por uma estrela morta

Astrônomos passaram mais de 40 anos intrigados com misteriosas emissões de raios-x vindas da Nebulosa de Hélice, uma estrela moribunda a cerca de 650 anos-luz da Terra.

Agora, um novo estudo pode ter revelado o motivo – e ele é assustador.

Segundo a pesquisa, publicada no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, essas emissões podem ser o último suspiro de um planeta sendo devorado por uma anã branca, o núcleo remanescente de uma estrela semelhante ao Sol que já consumiu todo o seu combustível.

“Acreditamos que esse sinal de raios-x pode ser causado por destroços de um planeta sendo puxados para a anã branca,” explica Sandino Estrada-Dorado, autor principal do estudo.

A Morte de um Mundo

A estrela em questão, WD 2226-210, já havia sido observada anteriormente, e os cientistas identificaram um planeta do tamanho de Netuno orbitando a anã branca a cada três dias.

Mas agora, dados coletados por telescópios de raios-x, como o Chandra da NASA, sugerem que um planeta do tamanho de Júpiter existiu ainda mais próximo – e foi completamente destruído.

O sinal revelador foi uma pequena variação nas emissões de raios-x, ocorrendo a cada três horas, indicando a presença de algo que estava em uma órbita absurdamente próxima.

Acredita-se que esse planeta tenha começado sua jornada muito mais distante, mas foi empurrado para sua destruição devido a interações gravitacionais com outros corpos do sistema.

Eventualmente, ele se aproximou demais e foi despedaçado pela gravidade da anã branca.

Um Evento Cósmico Sem Precedentes

“O que estamos vendo pode ser como o corpo incandescente de um planeta queimado na fogueira,” diz Martin Guerrero, coautor do estudo.

Se confirmado, esse seria o primeiro caso registrado de um planeta sendo destruído por sua estrela dentro de uma nebulosa planetária.

Este evento cósmico pode se tornar um vislumbre do destino que aguarda muitos outros sistemas planetários – incluindo, talvez, o nosso próprio Sistema Solar daqui a bilhões de anos.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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