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The IP List 2025 revela reportagens prontas para virar filmes e séries

Uma nova iniciativa quer facilitar o caminho entre boas histórias jornalísticas e o audiovisual. A The IP List 2025 foi lançada com a proposta de dar visibilidade a reportagens que podem ser adaptadas para filmes e séries, funcionando como um catálogo pensado especialmente para produtores, estúdios e criadores em busca de novas ideias fora do circuito tradicional.

O projeto é assinado pela PopShift, uma iniciativa do Pathos Labs, laboratório sem fins lucrativos que aposta no poder da mídia e do entretenimento para gerar impacto social e cultural. A PopShift atua conectando roteiristas, showrunners e executivos a personagens, histórias e perspectivas pouco exploradas, com foco em narrativas mais autênticas, complexas e diversas para o cinema e a TV.

A The IP List 2025 reúne trabalhos descritos como altamente cinematográficos e prontos para adaptação, vindos de redações muitas vezes ignoradas pelo mercado. O recorte inclui reportagens produzidas nos Estados Unidos e no Canadá, passando por pequenos veículos, jornalistas independentes e também publicações mais tradicionais. O conteúdo é variado e vai de grandes investigações a perfis sensíveis e histórias humanas que facilmente poderiam ganhar vida na tela.

A jornalista e editora Christine McLaren, criadora da lista em parceria com a PopShift, explica que boa parte dos filmes e séries mais impactantes dos últimos anos nasceu do jornalismo, mas que essas oportunidades costumam ficar concentradas em poucos veículos de grande porte. Para ela, essa lógica não prejudica apenas os profissionais da imprensa, mas também limita o próprio entretenimento, que acaba deixando de acessar um universo enorme de histórias relevantes. A ideia da lista é justamente mostrar a riqueza e a diversidade do jornalismo contemporâneo e abrir novas portas para que esse material chegue a Hollywood.

Segundo os organizadores, a falta de canais claros entre redações e a indústria audiovisual alimenta a falsa impressão de que não existem mais novas propriedades intelectuais disponíveis para adaptação. A iniciativa surge como resposta direta a esse problema, criando uma vitrine organizada para reportagens que já nasceram com potencial narrativo forte.

Romain Vakilitabar, diretor executivo do Pathos Labs, afirma que conversas com estúdios e produtoras mostram uma demanda real por novas fontes de IP. Muitos sabem da importância de boas histórias, mas têm dificuldade em encontrar trabalhos fora dos grandes jornais. A proposta da The IP List é ampliar esse acesso e, ao mesmo tempo, dar mais visibilidade e reconhecimento a jornalistas e às histórias que eles produzem.

O desenvolvimento do projeto contou com a orientação de um comitê consultivo formado por nomes do jornalismo e do entretenimento, incluindo o produtor e escritor Reza Aslan, indicado ao Emmy e ao Peabody. Para ele, a lista funciona como uma ponte essencial entre um jornalismo rigoroso e uma indústria criativa sedenta por narrativas verdadeiras. Além de abrir oportunidades para repórteres, a iniciativa fortalece o fluxo criativo e ajuda a levar reportagens importantes a públicos ainda maiores.

No ano passado, a PopShift já havia lançado um projeto piloto semelhante, focado em livros de ficção escritos por autores sub-representados. Tanto essa iniciativa quanto a The IP List 2025 contam com apoio da Nielsen Foundation, reforçando a proposta de diversificar as origens das histórias que chegam ao cinema e à televisão.

Mais informações sobre a lista e os trabalhos selecionados podem ser encontradas no site oficial do projeto.

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Hortência é profissional de Letras, educadora, tatuadora e mãe. Apaixonada por arte e cultura, une seus múltiplos interesses que vão da cultura pop à gastronomia para produzir conteúdos variados e criativos.

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