Se existe um elemento que virou obsessão entre os fãs da franquia Predador, é aquela velha pistola de pederneira. Ela apareceu pela primeira vez em Predador 2, depois ganhou mais destaque em Prey, e agora retorna oficialmente em Predator: Killer of Killers, consolidando de vez seu status como o maior easter egg da saga.
Mas Killer of Killers não é só mais uma história de caça. É uma antologia animada que atravessa séculos, acompanhando três guerreiros humanos de épocas totalmente diferentes: a líder viking Ursa (Lindsay LaVanchy), o ninja japonês Kenji (Louis Ozawa) e o piloto da Segunda Guerra Mundial, Torres (Rick Gonzalez).
Cada um deles cruza caminho com um Predador em seu respectivo período histórico, até que todos acabam juntos, no melhor estilo plot twist, numa arena de gladiadores Yautja em algum canto do universo, bem longe da Terra.
Cada guerreiro recebe uma arma que representa sua origem: Ursa luta com um machado, Kenji empunha uma katana e Torres… fica com uma modesta pistola de pederneira. Sim, exatamente aquela mesma arma que os fãs já viram tanto em Predador 2 quanto em Prey.
Apesar de Torres mal ter tempo de entender como carregar aquela coisa durante a batalha, a simples presença da pistola conecta diretamente Killer of Killers com décadas de história da franquia.
Pra quem lembra, em Predador 2, o personagem Mike Harrigan (Danny Glover) derrota um Predador dentro da nave dele, só pra ser cercado por outros da mesma espécie. Só que, em vez de atacá-lo, eles o honram.
Um dos Predadores mais velhos joga pra ele a famosa pistola e diz apenas: “Pegue.” Na arma, está gravado: “Raphael Adolini, 1715.”
Anos depois, Prey trouxe de volta esse mistério, mostrando como a pistola trocou de mãos. Na história, a guerreira Comanche Naru (Amber Midthunder) enfrenta o temido “Predador Selvagem” e acaba cruzando com um grupo de caçadores franceses. Um deles, o intérprete Raphael Adolini (Bennet Taylor), entrega a pistola pra Naru depois de uma luta brutal. Ela, inclusive, usa a arma no combate final, e o filme sugere, ali, como esse objeto foi parar nas mãos dos Yautja.
Só que Killer of Killers leva essa linha do tempo ainda mais longe. No ato final, Torres recebe a pistola como sua arma na arena.
Ela não chega a ser crucial na batalha, mas sua aparição levanta aquela pergunta que não quer calar: afinal, como essa arma foi parar nas mãos dos Predadores e por que ela vive reaparecendo?
O filme até entrega uma parte da resposta. No final, é revelado que Naru está congelada criogenicamente, guardada junto com outros guerreiros humanos, o que dá a entender que os Yautja a capturaram depois dos eventos de Prey, provavelmente naquela cena final em estilo pintura rupestre, que já deixava no ar a chegada de mais Predadores.
E a pistola? Foi tomada dela, pra ser usada como equipamento de arena em futuras caçadas.
Mas como ela chega nas mãos de Harrigan, anos depois? Uma das teorias é que, depois que Ursa se sacrifica pra que Kenji e Torres fujam numa nave dos Predadores, a pistola acaba ficando pra trás.
Talvez outro humano tenha usado ela numa luta futura, e perdido. O Predador mais velho que venceu esse combate pode muito bem ter pegado a pistola como troféu… e, mais tarde, entregue a Harrigan como sinal de respeito.
Claro, considerando que a linha do tempo de Predador nunca foi lá muito linear e que a tal criogenia bagunça tudo, Killer of Killers pode até se passar depois dos eventos de Predador 2, jogando toda a cronologia da franquia pra um território bem mais caótico, cheio de viagens no tempo e linhas paralelas.
Seja como for, o fato é que essa pistola, que já mudou de mãos entre humanos e Predadores por décadas, talvez séculos, virou uma espécie de elo místico que atravessa gerações, personagens e histórias, mantendo vivo o mito enquanto deixa espaço aberto pra mais teorias, mais conexões e, claro, mais filmes.
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