Não é segredo que “A Garota de Ipanema” é uma das músicas mais tocadas no mundo todo. Seja em elevadores, festas ou ambientes de lounge.
No entanto, o que nem todo mundo sabe é a história por trás dessa música, que envolve os autores Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Morais, e uma garota chamada Heloísa Eneida de Menezes Paes Pinto.
Tudo começou em um bar no Rio de Janeiro chamado Veloso, onde a moça passava nas proximidades.
Jobim convidou seu amigo Vinicius para tomar umas geladas por lá, e eventualmente quando ela passava, mostrou a garota para ele. Na hora, comentou: “Não é a coisa mais linda?”. Moraes respondeu: “É a coisa cheia de graça”.
Jobim então pegou um guardanapo e escreveu essas duas frases, e isso se tornou a semente do que se tornaria uma das músicas mais famosas da história.
Mas quem é A Garota de Ipanema?
De acordo com o antigo site de Stan Shepkowski, a coisa toda aconteceu assim:
Heloísa Eneida de Menezes A Paes Pinto nasceu e foi criada como uma garota carioca. A filha de um general do exército de quem sua mãe se divorciou quando Helô tinha 4 anos, ela cresceu na Rua Montenegro, a alguns quarteirões do Bar Veloso.
Aos 17 anos, ela era tímida e bastante constrangida: tinha dentes tortos, sentia-se muito magra, sofria de frequentes ataques de asma e tinha uma alergia que avermelhava seu rosto.
E a caminho da escola e em suas caminhadas até a praia, ela caminhava ao lado do Bar Veloso.
Embora a música existisse desde 1962, só em 1964 que Helô descobriu a verdade. Ela era a garota de Ipanema.
Amigos a apresentaram a Tom Jobim, que até então não teve coragem de falar com ela. Mas com o gelo finalmente quebrado, ele partiu para conquistar seu coração.
Em seu segundo encontro, ele declarou seu amor por ela e pediu que ela se casasse com ele. Mas ela recusou.
Duas coisas ficaram no caminho. Helô sabia que Tom era casado e que ele era “experiente”, enquanto ela era inexperiente. O outro era que ela namorava um belo jovem chamado Fernando Pinheiro de uma próspera família no Leblon desde os 15 anos de idade.
Sem se deixar enganar pela recusa, Tom disse a ela que era a inspiração para a música. Isso confirmou os rumores que ouvira dos outros e, é claro, emocionou-a além da imaginação, mas ela ainda recusou.
O mundo não aprenderia a verdade até 1965. Cansado de todas as fofocas e particularmente preocupado com a realização de uma competição para selecionar “a garota de Ipanema”, Vinícius de Moraes realizou uma coletiva de imprensa.
Em uma clínica de desintoxicação no Rio, onde ele estava em tratamento (você tem que amar os poetas), e com Helô ao seu lado, De Moraes disse ao mundo. E ofereceu a ela mais uma declaração:
“Ela é uma garota de ouro, uma mistura de flores e sereias, cheia de luz e cheia de graça, mas cujo caráter também é triste com a sensação de que a juventude passa e que a beleza não é nossa para manter. Ela é a dádiva da vida com seu fluxo e refluxo belos e melancólicos”.
O destino da garota de Ipanema
Helô havia se tornado sensação, mas no momento ela não se aproveitou dos contratos para ser modelo e fazer filmes que ofereceram. Se tornou uma esposa e mãe, ao casar com seu antigo namorado Fernando Pinheiro.
No final da década de 1970 as empresas de Pinhero enfrentaram dificuldades e Helô deu à luz um filho deficiente.
Apesar de ter relutado a fazer isso, a moça finalmente resolveu capitalizar a sua identidade como “a garota de Ipanema” e se tornou uma modelo de sucesso, colunista de fofocas e apresentadora de televisão.
Ela é também mãe da modelo e atriz Ticiane Pinheiro. E agora possui uma linha de trajes de banho e boutiques sob o nome “Garota de Ipanema”.