Caros leitores, além de Ahsoka, quem acompanha nossas críticas também viu que acompanhamos basicamente tudo que é lançado da franquia Star Wars. Como todo bom “nerd”, consumimos as séries, animações e todos os materiais que saem baseados na clássica saga. Foram três trilogias, cinco séries live-action, algumas animações no currículo e até especiais de TV para contar uma história que nos segue até os dias atuais.
Dito tudo isso, dificilmente você encontrará algo que tenha tanto o clima de SW quanto o último episódio desta série que estamos focando agora. É como se Dave Filoni tivesse transportado todos os espectadores para uma época onde tudo o que podia ser visto era uma boa sequência de narrativa, personagens interessantes e – obviamente – combates que vão tirar o fôlego de qualquer fã.
Nas redes sociais usam o termo “entregou tudo” e não acho uma definição maior para o que assisti no capítulo desta semana. Nele vemos a protagonista e Sabine presas em um planeta com diversos apoiadores do antigo Império e dois Sith prontos para matar ambas. A nave delas não tem energia para fugir dali e nem mesmo o apoio chegará – ao menos a tempo de salvá-las. Então, se “Maomé não vai até a montanha, a montanha irá até Maomé”.
A saga de Ahsoka
Todo o episódio de Ahsoka é de tirar o fôlego, sendo diversas cenas para destacarmos em nossa crítica. O cerco de soldados na nave das personagens, a luta de Huyang contra um dróide de combate, o combate em duplas que se segue depois disso, toda a sequência com Baylan Skoll e o grande desfecho – que não apenas surpreende como impactará qualquer um que já assistiu aos filmes, ao menos as duas primeiras trilogias.
É como se tudo replicasse os eventos antigos, mas de outra forma e seguindo em direções que não se dá para prever onde vai parar. O “vilão misterioso” que morre sem ter a sua identidade revelada ou qualquer profundidade (Boba Fett na trilogia original), o “sequestro da princesa” – que não é bem de tão má vontade e ela é uma Mandaloriana – a conexão da protagonista com a Força, os embates com sabre de luz e até alguns trechos de ação no espaço.
Encerrei o episódio com a sensação de que toda a produção devia era ser responsável por trazer uma trilogia nova, pois estes sim compreenderam bem o significado de Star Wars dentro de seu próprio contexto e estão levando para um caminho que pode ser bem distinto do que conhecemos – mas mantendo o mesmo espírito. Dá para compreender explicando desta forma?
Posso estar equivocado e Ahsoka encerrar de forma não-satisfatória. Não seria a primeira e nem última vez que a Disney e a Lucasfilm me desapontariam. No entanto, pelo que vi no episódio desta semana, ao menos alguém em algum momento entendeu sobre o que a franquia se trata e acertou em cheio no roteiro, produção, filmagem, atuação de elenco e nos efeitos especiais – tudo ao mesmo tempo. Se isso foi acidental ou não, veremos nos próximos.
O protagonismo pode estar voltando
Além disso, como reclamei nos três capítulos anteriores, Sabine Wren parece muito mais a protagonista desta jornada do que a própria aprendiz de Anakin Skywalker. Isso não foge muito no Episódio 4, mas parece estar voltando ao equilíbrio e vimos muito mais da personagem que dá nome à série do que de sua nova aprendiz – o que foi uma decisão bem-feita, diga-se de passagem.
Não é como Sabine fosse desinteressante, mas a série tem o nome de Ahsoka por uma razão. É como assistir O Livro de Boba Fett com a história focada no Mandaloriano, por exemplo. Ops, foi exatamente isso o que vimos, mas esta discussão não vem mais ao caso. Enfim, sair um pouco deste destaque todo também dá espaço para ambas brilharem em combate e no roteiro – afinal de contas, vale mesmo tudo para resgatar Ezra Bridger?
Sob o iminente risco do retorno de Thrawn, também é visível para onde querem nos levar dentro de toda esta história que andaram manipulando. O vilão retornará, isso é um fato. Ele será o principal oponente do “novo filme” da franquia e que unirá The Mandalorian, O Livro de Boba Fett, esta série que estamos vendo agora e até mesmo Star Wars Rebels. Tudo está levando para isso, trazendo uma visão geral do retorno do Império que foi visto em O Despertar da Força.
Considerando que o destino de tudo já esteja definido, o que resta agora é apertar os cintos e acompanhar como os personagens nos levarão até lá. E, se for depender de Dave Filoni – o único que conseguiu dar um roteiro interessante dentro da primeira trilogia com “Clone Wars” – teremos o mesmo entre os filmes VI e VII. Ao menos foi isso que senti vendo ao episódio atual, já ansioso para o que será entregue na semana que vem.
Ahsoka está sendo exibida pela Disney+ no formato semanal, todas as terças-feiras a partir das 22h. Veja mais em Críticas de Série!