Em uma revelação que confirma anos de especulações na indústria cinematográfica, o roteirista e diretor Alex Garland praticamente admitiu ter atuado como “diretor fantasma” no cultuado filme de ação Dredd (2012). Durante entrevista à GQ, Garland fez comentários reveladores sobre seu envolvimento não creditado em certos projetos:
“Para ser sincero, acabei fazendo direção fantasma em alguns filmes”, confessou. “Quando percebia que algo estava saindo errado, ou que faltava um elemento crucial nas cenas, acabava me envolvendo na execução.” Embora não tenha citado nominalmente Dredd, a descrição se encaixa perfeitamente com os relatos que circulam há anos sobre a produção.
Baseado nos quadrinhos da 2000 AD, o filme estrelado por Karl Urban como o justiceiro de um futuro distópico fracassou nas bilheterias (US$ 41 milhões globais), mas conquistou status de culto por sua violência estilizada, construção de mundo sci-fi crível e a performance icônica de Urban. Curiosamente, Pete Travis, creditado como único diretor, teria tido participação limitada na pós-produção – depois de Dredd, sua carreira migrou principalmente para a TV.
Garland, já consagrado por roteiros como 28 Dias Depois e Sunshine, faria sua estreia oficial na direção dois anos depois com Ex Machina (vencedor do Oscar), seguido por obras aclamadas como Aniquilação e a recente produção da A24, Guerra.
Esta confissão tardia não altera o filme em si, mas ilumina o processo criativo por trás dessa pérola do cinema de ação – fica claro agora que o visual neon, os tiros em câmera lenta e a violência brutal que marcaram Dredd carregam a assinatura de Garland. Uma revelação que só aumenta o desejo dos fãs por uma sequência que nunca veio, mas que agora pode ser revisitada com novos olhos, sabendo que havia mais um visionário por trás das câmeras.
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