O animador romeno Sebastian Cosor conseguiu combinar duas obras-primas em uma única animação; o quadro “O Grito” (The Scream), do pintor expressionista norueguês Edvard Munch (1863-1944), e “The Great Gig In The Sky”, faixa do álbum “The Dark Side of The Moon” da banda Pink Floyd.
Os quadros de Munch são inspirados essencialmente em sua vida pessoal, e refletem sentimentos de profunda angústia e desespero existencial, imortalizados na pintura mais importante do movimento expressionista.
“I was walking along the road with two Friends
the Sun was setting — the Sky turned a bloody red
And I felt a whiff of Melancholy — I stood
Still, deathly tired — over the blue-black
Fjord and City hung Blood and Tongues of Fire
My Friends walked on — I remained behind
— shivering with anxiety — I felt the Great Scream in Nature”
“Passeava com dois amigos ao pôr do sol quando
o céu ficou de súbito vermelho-sangue.
Eu parei, exausto, e inclinei-me sobre a vedação.
Havia sangue e línguas de fogo
sobre o azul-escuro do fiorde e sobre a cidade.
Os meus amigos continuaram,
mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade
e senti o grito infinito da Natureza”
O poema acima escrito por Munch, revela o exato momento de estímulo para produzir a primeira versão de “O Grito” em 1893, uma série composta por quatro telas. Duas delas, “A Ansiedade” e “O Desespero”, se encontram na galeria nacional de Oslo.
Quase um século depois, a banda inglesa Pink Floyd concebeu “The Great Gig In The Sky”, uma intensa música instrumental com vocais da cantora Clare Torry, a qual faz parte de um álbum inspirado em doenças mentais, o envelhecimento, e temas pessoais, em especial a saída de Syd Barrett, integrante que deixou o grupo em 1968 depois que sua saúde mental se deteriorou.
Embora as duas composições tenham sido produzidas em épocas e contextos distintos, cada qual traz expressões e significados capazes de despertar profundos sentimentos em nós e, combinadas, são uma poderosa fonte de emoção.
Animação do quadro “O Grito” ao som de Pink Floyd
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