Intitulada de 17 000, instalação do coletivo de artistas suecos Skaparkollektivet Forma transforma estatística em personalidades de 17 mil refugiados afegãos na Suécia, que estão em risco de deportação.
Se calcula que, em 2015, 160 mil pessoas – dentre eles, 35 mil adolescentes – chegaram à Suécia solicitando refúgio. A maioria veio do Afeganistão, e apenas 28% conseguiram obter o status de refugiados.
Os menores que chegaram ao país foram integrados em comunidades adotivas. No entanto, após endurecer as leis de pedido de asilo, o governo sueco tem deportado cada vez mais requerentes.
Com a metodologia focada em criação coletiva e força à diversidade, o coletivo Forma ficou impressionado com o número refletido na mídia do cálculo de quantas pessoas seriam expulsas do país para o Afeganistão.
A ideia foi criar um projeto que leva a situação para além dos números, criando narrativas humanas através de artes que representam as vidas que serão impactadas por tal plano governamental. Para isso, eles também contaram com a ajuda de 1.500 artistas voluntários.
“No debate sobre migração, seres humanos vivos tendem a se transformar em volumes anônimos”, disse o coletivo.
Os trabalhos são fixados em 34 quadros em grupos de 500, o que permite a mobilidade da instalação em diferentes configurações e localidades. Inicialmente, a arte foi exibida na Liljevalchs, uma galeria de arte pública e independente de Estocolmo.
“A instalação torna visível o número 17.000 e, acima de tudo, mostra que por trás de cada número existe uma pessoa”. “Por trás de cada escultura, há uma personalidade, uma história, uma obra de arte”.
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