Em uma série de ilustrações pontuais e criativas, o designer brasileiro Vilmar Rossi Júnior recriou O Rei Leão com espécies da Amazônia. Nos desenhos, os animais da savana africana foram substituídos por espécies da rica fauna amazônica.
Para os desenhos da série intitulada “E se O Rei Leão se passasse na Amazônia?”, o artista do Rio Grande do Sul se dedicou a pesquisar como cada espécie poderia se encaixar perfeitamente no clássico da Disney.
Vilmar realizou vários testes para o personagem Rafiki, da espécie mandril, primata da família Cercopithecidae (macacos do Velho Mundo). Ele quase virou um mico leão dourado, mas acabou sendo transformado em um macaco uacari.
Pumba, o javali, foi representado por um cateto, mamífero que vive no Pantanal e na Amazônia, e Timão, uma irara. O pássaro Zazu aparece como um araçari-castanho, uma ave pequena.
Para as hienas, “Optei pelo cachorro-vinagre, pois apresenta comportamentos que se encaixam na substituição”, explica o artista.
Mufasa, Simba e Nala são onças-pintadas e Scar uma onça-preta.
As ilustrações digitais são pertinentes na conscientização do desmatamento da Amazônia, levando ao público como a floresta abundante em biodiversidade – uma das maiores reservas genéticas da Terra e fundamental para o equilíbrio ambiental do planeta – deve ser preservada.
“Representar a Amazônia está sendo uma experiência criativa bem gratificante, um processo de treinamento bem divertido”, disse o ilustrador. “Uma oportunidade de, fazendo o que sei fazer, deixar meu protesto e minha denúncia sobre os horrores cometidos contra a Amazônia e os povos da floresta.”
Ele também toca na questão das queimadas que acometeram a região, causadas pelo ‘Dia do Fogo’, uma ação de fazendeiros e grileiros que se apoiam nas políticas adotadas pelo presidente Jair Bolsonaro.
“Me vi na obrigação ética de utilizar a plataforma que se formava para fazer a minha parte, mesmo que pequena, com o que sei e gosto de fazer”, disse o artista à revista Veja.“Então, as últimas ilustrações estão sendo bem diretas na minha crítica e protesto, e estou tentando trazer questionamentos e informações nas postagens”.
O artista retrata uma triste realidade quando imagina os personagens Simba, Timão e Pumba fugindo do incêndio. Segundo ele, os personagens não sobreviveriam caso vivessem na Amazônia.
“Quero ainda fazer cenas marcantes do filme e trazer mais da questão do desmatamento e violência à floresta”, ele diz.
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