Ciência

As espécies de aranhas batizadas com nomes do Heavy Metal

Quatro novas espécies de aranhas foram batizadas com nomes do Heavy Metal pela bióloga brasileira Cristina Rheims, fãzona do gênero musical e integrante da equipe do Instituto Butatan, de São Paulo, que realizou as descobertas dos aracnídeos.

As espécies Extraordinarius andrematosi, Extraordinarius brucedickinsoni, Extraordinarius klausmeinei e Extraordinarius rickalleni prestam homenagem aos vocalistas André Matos, do Angra; Bruce Dickinson, do Iron Maiden; Klaus Meine, do Scorpions; e Rick Allen, do Def Leppard.

“Quando não estou inspirada, batizo com o nome da localidade em que o animal foi encontrado, mas já homenageei cientistas e utilizei personagens de lendas, nomes em tupi-guarani e demônios mexicanos“, ela conta.

Meine, do Scorpions, se pronunciou nas redes sociais pedindo um certificado para enquadra-lo na parede de sua casa, e foi rapidamente atendido pela bióloga.

“Ele pediu um certificado! Então corri atrás do documento, achei o diretor do Instituto Butantan para uma assinatura e mandei enquadrar. Embora eu ainda não tenha um autógrafo dele, ele já tem um meu”, brinca.

Cristina é PhD em zoologia e já descobriu cerca de 245 espécies de aranhas. Ela conta que o batismo é regido por um código internacional de nomenclatura zoológica que apresenta uma série de regras, por exemplo, que seja binomial: um nome para o gênero e outra para a espécie. Ou seja, “Extraordinarius” designa o gênero.

As aranhas são da família Sparassidae e foram descobertas nas matas de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Todas passaram pelo processo de taxonomia, que envolve descrição, identificação e classificações das espécies.

“Só de aranhas temos 48 mil espécies conhecidas no mundo e se estima que seja aproximadamente 20% do que existe. Eu acabei me especializando na família Sparassidae, que habita a região neotropical – do Sul do México até a Argentina. Por isso, eu conheço a fauna e consigo identificar se encontrei uma espécie ainda não catalogada”, explica.

Eu não sei você, mas para mim, Cristina elevou a aracnofobia a outro nível.

Leia também: Lucas, a aranha: animação para esquecer a aracnofobia

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