Avatar tem uma conexão surpreendente com o que é considerado o mais antigo filme de ficção científica da história, A Trip to the Moon (Viagem à Lua), de 1920.
O filme conta a história de um grupo de exploradores que viajam para a Lua por meio de um canhão gigante. E na cena mais icônica, a cápsula dos exploradores é filmada diretamente no olho da Lua. Lá, eles lutam contra uma massa de alienígenas chamados Selenites, antes de capturar um e levá-lo de volta à Terra.
Avatar reflete Viagem à Lua de várias maneiras diferentes, apesar dos mais de cem anos entre suas datas de lançamento.
A começar por ambos os filmes serem produções de ficção científica totalmente luxuosas que ecoam os comportamentos imperialistas e colonialistas dos países em que foram produzidos.
Além disso, ambos mostram os seres humanos viajando para outro planeta, com o objetivo apenas para explorar os nativos que chamam o lugar de lar.
Isso significa que as produções abordam temas anticolonialistas explícitos, fazendo com que os personagens humanos não tragam nada além de morte e destruição aos lugares que exploram.
No entanto, houve críticas sobre o “salvador branco”, que mina as intenções anti-imperialistas do filme. Felizmente, isso caiu por água abaixo no segundo filme da série de James Cameron, pois vemos que ações de Jake Sully só levam à destruição de mais clãs Na’vi.
E mais: o tratamento militarista de Sully de sua família leva seus filhos a desobedecê-lo ativamente, o que causa ainda mais problemas e uma morte durante a aventura.
Em Avatar: O Caminho da Água, Jake Sully é tudo menos uma figura de salvador; seu ponto de vista falho só causa mortes desnecessárias. Muito parecido com Uma Viagem à Lua, Avatar é também um filme anticolonialista.
Vale ressaltar que Viagem à Lua foi um dos mais de 300 filmes mudos que Georges Méliès faria em sua carreira. Custando 10.000 francos, o elegante filme foi a produção mais cara que Méliès já tinha feito. Embora a maioria das impressões do filme fossem em preto e branco, várias impressões coloridas também foram produzidas. Estas foram coloridas artesanalmente por duzentas mulheres, que meticulosamente pintaram cada quadro do filme à mão.
Uma Viagem à Lua é considerado um dos filmes mudos mais importantes já feitos, não apenas como um dos primeiros exemplos do gênero de ficção científica, mas também por seu talento teatral e temas anti-imperialistas.
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