Dois empresários mexicanos encontraram uma alternativa sustentável, sem crueldade animal e que não tem impacto negativo no meio ambiente: um couro vegano feito de cacto.
Andrián López Velarde e Marte Cázarez, produzem o material a partir de uma enorme plantação da espécie Opuntia ficus-indica em sua fazenda no estado de Zacatecas, no México. A planta, de pele grossa e áspera, tem uma textura ideal para simular o couro de animais.
“A ideia de usar essa matéria-prima foi concebida porque esta planta não precisa de água para crescer, e há muitas delas em toda a República Mexicana. Simbolicamente, representa todos os mexicanos e todo mundo sabe disso”, conta López.
A produção do couro vegetal consiste em várias etapas: as folhas são cortadas, limpas, amassadas e lavadas para secar sob o sol durante três dias para depois serem trituradas e congeladas para que uma proteína presente na planta seja extraída.
Como resultado, se tem um pó que é misturado a outros aditivos e com algodão e poliéster reciclado. Em seguida, o material pode ser tingido naturalmente, usando métodos desenvolvidos pelos empresários.
Uma boa notícia é que o couro do cacto é parcialmente biodegradável e não contém nenhum plástico.
A marca, chamada Desserto, foi apresentada em 2019 na exposição de Lineapelle, em Milão, a feira mais importante do mundo para os fabricantes de couro, e teve uma recepção positiva, com o material sendo elogiado por sua flexibilidade, suavidade, toque e cor.
Até o momento, a empresa já criou assentos de carro, sapatos, bolsas e até roupas. A ideia é levar o material para a indústria da moda, design, automotiva e aeronáutica.
“Para poder incorporar esse material em várias indústrias, é essencial contar com um suprimento estável e abundante da matéria-prima. Atualmente, temos 2 hectares onde cultivamos nopals, além de uma capacidade de expansão de 40 hectares. Em relação à capacidade de produção, temos 500.000 metros lineares por mês”, dizem os empresários.
Veja alguns dos produtos já criados pela empresa Adriano Di Marti.
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