O projeto OPENING LINES, encabeçado pelo artista Pat Perry levou crianças de Maine, EUA, até a cidade de Suleimânia, no Iraque, para que elas criassem juntas murais artísticos pela cidade.
“É interessante poder ensinar às crianças, ainda na fase precoce, algo que nós estamos tendo dificuldade de lembrar em nossas vidas”, diz Perry.
Os estudantes de escolas fundamentais tiveram a chance de ver além dos estigmas herdados pelos conflitos que se sucederam entre as duas nações desde a Guerra do Golfo.
“Aprender sobre o Iraque é muito legal porque você tem a oportunidade de aprender sobre uma cultura diferente”, relata uma criança americana.
As artes estampadas nos muros apresentam duas crianças de cada país. Ambas estão de costas, segurando um telefone vermelho.
O artista explica que a posição faz com o que espectador imagine o que elas estão dizendo ou ouvindo.
Mensagens escritas pelas próprias crianças interagem com as figuras caracterizadas com elementos de cada nação.
A ideia foi criar murais em que as crianças pudessem se identificar e enxergar um pouco de si.
“Tudo o que você precisa no mundo é gentileza”, escreve uma criança iraquiana no muro onde a arte transpõe 9 mil de km de distância e une crianças dos EUA e Iraque.
Criado em colaboração entre a aptART e a Fundação Good Works, o projeto tem como objetivo mostrar que, quando você conhece alguém de outro lugar e pode olhar essa pessoa no olho, conversar com ela e até mesmo saber seu nome, fica difícil criar estereótipos.
O nome Opening Lines significa justamente isso: “que está se abrindo uma linha, uma linha de comunicação”, explica Perry.
“Você tem a oportunidade de ensinar às pessoas que não importa de quão longe nós sejamos, somos todos iguais”, revela uma criança iraquiana no vídeo do projeto.
“Com a inevitável sobreposição cultural através do mundo, o perigo do estereótipo pode ser diminuído pela familiarização individual e pessoal através das fronteiras; um rosto verdadeiro em vez da ideia de um. A parte mais integral da igualdade é fornecer plataformas onde as pessoas podem falar, criar e ser ouvidas”, diz Samantha Robison, do aptART.
O artista Pet Perry viaja pelo mundo para criar desenhos, pinturas e murais inspirados em diversas culturas. Sempre com um olhar voltado para pessoas e lugares marginalizados ou esquecidos. Seu trabalho pode ser acompanhado através do site oficial.
Contemple o resultado deste projeto sensível, que vem com uma mensagem forte para que a gente não se esqueça de nossos olhares de criança.
Vale a pena assistir ao vídeo do projeto e acompanhar um pouco do trabalho de Perry com as crianças, que também compartilham seus pontos de vista sobre a experiência.