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Entrevista: As Paisagens em Pixels de Stefanie Grunwald

Stefanie Grunwald, de 35 anos, é uma artista da Alemanha conhecida como Moertel que cria maravilhosas paisagens em pixels. Artes que não só retratam locais isolados e a beleza da noite, mas como também cenas da manhã, entardecer ou de locais da cidade onde ela mora, em Hamburgo.

Ela comenta que a jornada artística começou no final dos anos 80, quando o pai dela emprestava antigos computadores de trabalho para ela brincar.

“Infelizmente, nenhum dos meus primeiros trabalhos de arte de 1 bit pixel (feito em um confiável Atari ST) sobreviveu e levei mais de 2 décadas para retornar a arte novamente”, comenta a artista em entrevista com o NERDIZMO. “Então, em 2016, já com 30 anos, decidi continuar com a pixel art. Com nenhuma educação formal em arte para me apoiar, nenhum tempo livre para aprimorar minhas habilidades.

Grunwald é engenheira de software durante o dia e passa principalmente os finais de semana e feriados trabalhando nas animações em pixel art.

“Eu sou a prova viva de que não importa quantos anos você tem – nunca é tarde para começar e você não precisa desenhar todos os dias para fazer uma boa arte”, diz.

Quando questionada sobre quais as principais influências que ela tem para criar a arte, responde:

“Rodovias, postes de luz e cidades agitadas são os elementos-chave que mais adoro e quero incorporar à minha arte. Meus temas e motivos estão profundamente enraizados no realismo, com uma pitada de niilismo, mas longe do toque sobrenatural ou mágico que muitas vezes cerca a pixel art. Minhas cenas são diretamente inspiradas na linha de filmes neo-noir e eu abraço a bivalência que vem com os gêneros noir e neo-noir: as linhas borradas, a solidão aconchegante e a interação de luz e sombra. Minhas obras de arte são um choque de vida e cidades agitadas, do natural e do artificial.

Muitos colegas artistas, como Matthieu Bühler, Khaled ou Kenze Wee me inspiram a continuar fazendo arte, mas minha principal influência é a vasta coleção de fotografias noturnas que tirei ao longo dos anos. Às vezes tão simples, como algumas turbinas eólicas sombrias no oceano escuro na costa dinamarquesa (o que inspirou minha arte ‘Long Haul’), às vezes instantes inteiros de minhas memórias sobre crescer em Alemanha rural (que inspirou minha arte ‘Detour’).”

Quando falamos em pixel art, é claro que os games vêm na mente. Por isso, perguntamos qual game ela se conecta, ou quais filmes/séries ela curte e que ajudam a formar a sua criatividade artística:

“Mesmo sendo um jogo minúsculo, Limbo pode ser a verdadeira razão de eu ter retomado a arte. Seu estilo me assombra até hoje, de uma forma muito positiva. Qualquer série ou filme com realismo estético e brutal (‘True Detective’ vem à mente) me fascina, mas eu não poderia escolher uma produção favorita.”

Para quem curte ou tem um vislumbre de se dedicar a arte, Stefanie deixa um recado animador, e acredita que todo mundo pode se dedicar a isso:

“Todos podem criar artes excelentes, e eu só posso encorajar todos a experimentarem a arte de pixel. Não tive educação formal em arte, trabalho em tempo integral, tenho 35 anos – e ainda assim fui capaz de fazer algo que os outros gostem e que ilumine seus dias. Tem sido incrível ver a comunidade de (pixel) arte nas redes sociais crescer, compartilhar nossos truques, nosso conhecimento, nossa experiência e ser um grupo feliz de pessoas adoráveis criando grandes coisas juntos. Até esta data, estou profundamente agradecida por todo o apoio e incentivo que estou recebendo dos meus fãs e apoiadores e é isso que me mantém motivado, o que me faz continuar”.

Veja As Paisagens em Pixels de Stefanie Grunwald

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