Cinema

Gal Gadot diz que pressão política em Hollywood atrapalhou bilheteria de Branca de Neve

Gal Gadot acredita que a bilheteria de Branca de Neve, remake live-action da Disney, foi prejudicada não apenas por fatores artísticos, mas também por questões políticas envolvendo Hollywood e Israel. Em entrevista ao programa israelense The A Talks, apresentado por pessoas no espectro autista, a atriz comentou sobre como o clima internacional teria afetado a recepção do filme.

“Existe uma pressão muito grande sobre celebridades para se posicionarem contra Israel, inclusive em Hollywood. E isso aconteceu também nesse caso”, disse Gadot. “Eu sempre tento explicar e dar contexto sobre o que está acontecendo aqui, mas no fim as pessoas tomam suas próprias decisões. Fiquei desapontada porque o filme acabou sendo muito afetado por tudo isso e não foi bem de bilheteria. Mas é assim que funciona: às vezes você ganha, às vezes você perde.”

O longa, estrelado por Rachel Zegler como a princesa e Gadot como a Rainha Má, contou com orçamento superior a US$ 240 milhões. Apesar do elenco de peso, incluindo Andrew Burnap, Patrick Page e Ansu Kabia, a produção arrecadou apenas cerca de US$ 205 milhões no mundo todo, número insuficiente para cobrir os custos e que levou até mesmo a Disney a colocar em pausa outros projetos, como o remake de Enrolados.

Desde o início, o filme enfrentou turbulências. A escolha de Zegler dividiu opiniões, e seus comentários políticos polêmicos acabaram inflamando ainda mais as críticas. Já Gadot, por sua vez, virou alvo por seu apoio declarado a Israel, o que acabou transbordando para protestos, como o que marcou sua cerimônia na Calçada da Fama. Além disso, Branca de Neve chegou a ser banido no Líbano por conta dessas tensões.

A crítica também não poupou o longa. Embora Zegler tenha recebido elogios, a atuação de Gadot e o visual dos anões em CGI foram bastante questionados. O filme hoje amarga uma pontuação baixa no Rotten Tomatoes. Ainda assim, houve quem saísse em defesa da produção. Owen Gleiberman, da Variety, afirmou que, apesar das polêmicas, essa foi uma das adaptações live-action mais sólidas da Disney, ainda que ele próprio não seja fã desse tipo de releitura.

No fim das contas, Branca de Neve se tornou um exemplo claro de como produções de grande porte podem ser engolidas por narrativas políticas que ultrapassam a tela.

Não é por menos, já que Israel está em uma longa campanha de genocídio contra crianças e inocentes, e visam nada menos do que erradicar a existência do povo Palestino da face da Terra.

Entre disputas ideológicas, escolhas de elenco contestadas e uma plateia talvez já saturada de remakes, a fábula clássica da Disney acabou ofuscada por um enredo paralelo que nenhum roteirista poderia prever.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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