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Homem-Aranha: Sem Volta para Casa | Crítica: O filme definitivo

Caros leitores, podem respirar tranquilo que este texto está livre de qualquer spoiler sobre Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, então se você ainda não assistiu não terá nenhuma informação aqui que já não tenha visto em trailers ou materiais oficiais. Acho até complicado falar sobre o assunto sem citar alguns trechos, mas temos de respeitar o pedido que o próprio Tom Holland faz antes da sessão começar.

O filme começa imediatamente na mesma cena em que seu antecessor encerrou, com a identidade secreta do herói sendo revelada ao mundo inteiro por J.J. Jameson. E o impacto que isso tem nas vidas pessoais de Peter Parker e dos seus entes queridos é ainda maior do que aquele mostrado previamente. Com um peso gigantesco em suas costas e vendo o quanto apenas a sua existência está as afetando, ele decide buscar no Sanctum Sanctorum por uma solução.

Apesar dos avisos de Wong sobre o feitiço de lavagem cerebral a nível global, Doutor Estranho decide ainda assim aplicar uma magia que faria todos esquecerem de que Peter Parker e o Homem-Aranha são a mesma pessoa. Isso inclui sua própria namorada, amigos, família e os heróis da Marvel. Quando o jovem tenta abrir ressalvas, o temperamento do mago supremo é abalado e isso afeta diretamente no Multiverso, abrindo portas para os diversos vilões da franquia.

A vida do Homem-Aranha vai se transformar numa bagunça

Homem-Aranha contra o mundo

Ou seja, o que você viu é aquilo que ele vai encarar: Duende Verde, Doutor Octopus, Homem-Areia, Lagarto e Electro estão soltos em nossa realidade e o plano de Peter Parker é capturá-los para levar cada um de volta ao seu universo original. Porém, as coisas não são tão simples assim e ele acaba tomando algumas decisões que prorrogam este envio, assim a confusão está arrumada para a sua vida.

Devo afirmar que em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa a escala de tudo está ainda maior. Além dos vilões, o herói se vê obrigado a encarar o mundo inteiro contra ele. As pessoas sabem onde ele mora, estuda, quais são suas alianças e usam essas informações o tempo todo para jogar em seu rosto os erros cometidos. Se isto é um peso para qualquer adulto comum, imagina para um jovem de apenas 17 anos.

Tom Holland está espetacular em seu papel, com o perdão do trocadilho da palavra. Não sou muito fã desta nova linha de filmes, porém aqui ele desempenha uma performance que é impossível botar defeitos. Em uma jornada que o pressiona até seus limites, com uma carga emocional enorme, ele mostra que dá conta e entrega o seu melhor trabalho até agora, consolidando a sua imagem ao herói da mesma forma como Tobey Maguire e Andrew Garfield fizeram em suas gerações.

Não devemos nos esquecer que eles têm apenas 17 anos

Mesmo o seu relacionamento com MJ, vivida pela Zendaya, tem uma química maior e mostra que os dois realmente são um casal bonito dentro do universo do Homem-Aranha. Isso impacta bastante durante o longa-metragem, mostrando o quanto eu e várias pessoas estavam enganadas em achar que eles juntos seriam “sem sal”. Ela abraça a vida heroica do namorado e o ajuda sem pensar duas vezes, assim como o cobra a fazer a coisa certa mesmo quando tudo pede o contrário.

Já que estamos falando das atuações, devo citar os grandes vilões que entregam tudo e mais um pouco em seus papeis. Todos tem seu momento de destaque, respeitando de forma genial o material de origem -tanto as HQs quanto os filmes antigos- trazendo uma nova visão sobre cada um deles. Até o Electro, que volta a dividir a tela com vários inimigos do teioso, tem uma participação maior na trama do que teve no passado e isso se mostra um dos maiores acertos por aqui.

E acertos são o que não faltam em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa. Das portas do multiverso se abrindo, dos personagens que já estão consolidados no Universo Cinematográfico Marvel quanto as participações especiais, tudo é extremamente fiel e mostram a genialidade que o roteiro os amarra de acordo com os acontecimentos que vemos na telona. Ainda estou atingido pela hype, mas se este filme não é o melhor da franquia, está no mesmo pódio que Homem-Aranha 2 de Tobey Maguire e da animação Aranhaverso. Isso sem sombra de dúvidas.

Os vilões são respeitados e tem um grande destaque na trama

Na teia do Aranha

Dito tudo isso, volto a bater na tecla do drama que inserem na vida de Peter Parker. Se grandes poderes trazem grandes responsabilidades, aqui isso se mostra a frase mais certeira na vida do herói. Todos os eventos que ele causa sofrem uma consequência que torna as situações ainda mais difíceis e ainda que tenha uma grande teia de apoio, nada tira o foco do quanto o personagem e o ator estão levando consigo. E ele faz jus às expectativas que carrega desde seu anúncio.

Sendo bem sincero com vocês e mantendo meu voto de evitar qualquer spoiler, em vários momentos de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa e no seu derradeiro final, só vinha uma coisa em mente: eu não conseguia acreditar que vivi para assistir algo da magnitude que eles entregam. Eu assisti ao primeiro filme, de Tobey Maguire, nos cinemas e rever o Duende Verde em seu ápice é um impacto que dificilmente qualquer outra coisa causaria. E este é só um dos exemplos, com elementos citados ou em tela que te atingem da mesma forma conforme vão sendo apresentados.

Não trate este como um filme comum, assim como Vingadores Ultimato ele é um grandioso evento que veio para impactar o mercado geek. E digo mais, esse “grandioso evento” que citei é muito mais poderoso justamente pela pegada intimista que temos de Peter Parker. Todos os seus maiores medos, traumas, problemas, mortes e o que mais veio em sua frente é retratado aqui e deixa o amigão da vizinhança por um fio em sua vida. Você não está preparado para o que verá e isso é ressaltado a cada nova cena.

É isso, um “Salto de Fé”

Aí você se questiona “Ah Diego, mas tudo é drama e tristeza?” e eu digo um sonoro NÃO. Repleto de cenas de ação, o longa mostra uma luta que leva o Homem-Aranha ao limite contra cada vilão e isso é um espetáculo à parte. Se o trailer te deu uma sensação que Peter quer fugir e correr dos conflitos, foi um baita engano de perspectiva. Ele basicamente se joga em cada combate e há momentos tão intensos que você acreditará fielmente que há chances tanto de sua vitória quanto derrota. Essa sensação de que nem o herói principal está a salvo vai ser carregada até as cenas finais e isto é excelente para te levar onde eles desejam que vá.

Agora sendo muito sincero com você, de todo o coração. Se você é um fã do herói, seja das HQs, games, desenhos animados ou de qualquer filme que ele tenha aparecido, seja do Universo Cinematográfico Marvel ou não, vá assistir a este nos cinemas. Assim como o Aranhaverso, este é uma bela homenagem a tudo construído até os dias atuais e você não verá nada semelhante por um longo tempo. É um misto de sensações que vão te levar pela experiência, mostrando que finamente tivemos o que merecíamos assistir. Não apenas uma bomba de fanservice, mas um material de respeito, tanto aos apaixonados pelo personagem quanto pelo próprio Peter Parker.

Você pode até achar que o fim de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa é um pouco controverso e que encerra de forma extrema a trilogia de Tom Holland. Apesar de não sabermos se teremos uma nova linha de filmes dele ou não, este foi feito para encerrar tramas e isso é feito com louvor. Com um novo acordo entre a Sony e a Marvel, com certeza veremos alguns personagens e até Peter Parker retornando. Porém, suas aventuras ali acabaram e mesmo se outro ator assumir o papel no futuro, há o sentimento de que o trabalho dele foi feito e o coloca no mesmo pedestal que os outros atores que interpretaram o personagem no passado.

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