A Marvel Studios abriu as portas da Fase 5 com Homem-Formiga e Vespa: Quantumania, que carrega uma importante missão aos fãs: introduzir Kang, o Conquistador como o principal vilão deste novo arco e a próxima ameaça que reunirá os Vingadores novamente.
Aí você e Scott Lang se perguntam: como dar uma missão tão grande para um herói tão pequenino? Por mais que a dupla de protagonistas tenham um gigantesco carisma, infelizmente não seguram essa barra com maestria e tornam a experiência na mais fraca de toda a trilogia.
E vamos ser sinceros por aqui, os demais dois longas também não são o ponto mais alto de toda a saga e complica um pouco mais as coisas. No entanto, podemos tirar algumas partes que realmente são interessantes e vão ditar todo o caminho que tomaremos com os filmes e séries do MCU daqui em diante.
É Homem-Formiga vs Kang
Assim como foi mostrado nos trailers, a trama levará o Homem-Formiga, Vespa, Cassie, Hank Pym e Janet para o Reino Quântico para confrontarem o tirano que comanda o local. A partir disso, vemos uma verdadeira demonstração do que o local pode oferecer em quesito de roteiro. Há vida lá embaixo, diversas situações e vários heróis para salvarem o dia.
Porém, o que eles precisam mesmo é salvar o relacionamento que estão vivendo. Scott não está feliz com as escolhas que Cassie anda fazendo, inclusive sendo presa igual ele por algumas. Hope e Hank sabem que Janet anda escondendo informações deles desde o momento que retornou e uma hora a verdade vem à tona: por bem ou por mal. Isso tudo enquanto combatem um mal que promete abalar todas as estruturas do Universo Cinematográfico Marvel.
Sendo muito sincero com vocês, eu resumiria o objetivo do longa-metragem em três fatores (sem spoilers, fiquem tranquilos). São eles: tirar o mistério sobre a passagem de Janet dentro do Reino Quântico, trazer Kang aos holofotes e construir um relacionamento entre Scott e Cassie. O restante, com o perdão da honestidade, serve apenas completamente para preencher as 2 horas no cinema.
Não se enganem, há cenas divertidas e eu até ri em alguns momentos mais descontraídos. No entanto, a carga dramática de Homem-Formiga e Vespa: Quantumania é muito maior e isso nem sempre funciona bem em uma produção que sempre teve um viés mais humorístico. Tentar disfarçar isso com uma piada ou outra no meio pode te distrair, mas a mudança de clima impacta sim na experiência geral.
Ao menos as atuações seguem com uma qualidade ímpar. Paul Rudd nem preciso citar o quanto tem um charme só dele, assim como Jonathan Majors. Conseguir alterar as próprias feições entre dois personagens que têm o “mesmo nome” como fez entre Aquele Que Permanece e Kang não é para qualquer um. Kathryn Newton como Cassie também surge como uma surpresa agradável, mas é Michelle Pfeiffer que rouba a cena.
Particularmente falando, acho interessante esse movimento da Marvel Studios de dar um maior papel de destaque para as mulheres mais experientes que tem dentro de seu catálogo. Podemos ver esse tipo de abordagem com Michelle Pfeiffer, Angela Bassett e até mesmo Salma Hayek conseguiram brilhar mesmo em um universo cheio de poderes e pessoas batalhando pelo destino da Terra por aí. Neste quesito o estúdio tem acertado e bastante, diga-se de passagem.
Mais uma vez, a Vespa fica de escanteio
Falando abertamente aqui, Homem-Formiga e Vespa: Quantumania consegue abrir o portão da Fase 5 e traz um vislumbre competente das coisas que veremos sem fazer nada de errado. A ausência de elementos que surpreendam os fãs e tragam impacto na experiência que realmente incomoda. É como se tivessem pegado todos os clichês e inserido ali, apenas para cumprir tabela. Não está ruim, mas passa longe de ser bom.
Porém, um dos principais pontos fracos continua sendo a Vespa. O nome do filme tem ela como co-protagonista ali. A personagem é a única que carrega um traje que voa, o que determina toda uma linha diferente do que Scott faz. Evangeline Lily é uma baita atriz. Porém, em resumo, só tem dois momentos de todo o longa no qual vemos ela brilhar e o restante ela é basicamente jogada de lado.
Sem um desenvolvimento decente, ela só aparece como uma personagem secundária de luxo por todo o restante do filme. Eu não acho isso justo, principalmente porque é a segunda vez seguida que a Marvel faz isso. Não é mistério para ninguém que, além de Kang, também teremos a presença de M.O.D.O.K. dentro da trama. Ouso dizer que até ele tem uma narrativa contada de forma melhor que a própria Hope Van Dyne, para terem um grau de comparação. Isso porque ele é uma cabeça gigante feita para matar, um pequeno detalhe.
Outra ausência que será sentida em Homem-Formiga e Vespa: Quantumania é Luis. Podemos não reconhecer os personagens de apoio, mas o suporte que ele tinha dentro dos dois longas anteriores valia muito a pena. Não que ele se encaixasse de algum modo na nova aventura, no entanto é estranho ver uma aventura do Scott na qual não vemos Michael Peña em ação com toda a sua graça. Poxa Kevin Feige, nem uma participação especial?
No quesito efeitos especiais, parece que finalmente aprenderam a lição e eu contei apenas um momento onde o CG se comportou de uma forma esquisita em tela. Acredito que o papo da Disney e da Marvel de darem atenção neste fator pode ter sido produtivo. Além disso, alguns deles realmente realçam a beleza que é ter um ambiente como o Reino Quântico mostrado em sua glória. É como se estivéssemos vendo as maravilhas espaciais de Guardiões da Galáxia, então dá para tirar proveito.
E fiquem atentos: há duas cenas pós-créditos que vão preparar o terreno para o que veremos daqui em diante. Não se deixe enganar pelo desdobramento dos eventos e pelas soluções “fáceis” que o roteiro arruma, já que o caos vai aterrissar no MCU de forma catastrófica em breve. Vale a pena pagar um ingresso para assistir tudo isso nos cinemas? Se você for fã e acompanhou toda a saga, até compensa sim. Porém, se apenas quer curtir, guarde seu R$ para outra produção e aguarde essa chegar na Disney+.
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