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Um holandês de 58 anos de idade passou a ouvir e amar Johnny Cash depois de passar por um tratamento de estimulação cerebral profunda. De acordo com um estudo divulgado no Frontiers in Behavioural Neuroscience, “Mr. B”, como foi chamado, foi diagnosticado com transtorno obsessivo-compulsivo e passou por um procedimento em que foi inserido um implante elétrico em seu cérebro.

Este implante enviou impulsos para áreas selecionadas do cérebro e ele – que nunca foi amante de música – se transformou em um fã de Johnny Cash. “A partir desse momento, Mr. B passou a ouvir de forma exclusiva as canções de Johnny Cash, e comprou todos os CDs e DVDs dele”, diz o documento.

Entre as suas faixas favoritas estão “Folsom Prison Blues”, “Ring of Fire” e “Sunday Morning Coming Down”, e, apesar de repetidas audições, a vontade de ouvir as músicas de Cash só diminuiu quando a estimulação do implante terminou.

Johnny Cash – Ring of Fire

O que causou esta associação? Os pesquisadores não tem certeza. Mas eles notaram que uma vez que o implante foi retirado, o paciente perdeu o interesse em Johnny Cash:

“Seu ex-gosto musical reincidiu imediatamente quando a estimulação foi interrompida devido ao esgotamento da bateria, o que sugere um nexo de causalidade direto entre a preferência musical e estimulação dos accumbens (no cérebro)”, disseram os pesquisadores.

O neurocirurgião Ali Dezai, no entanto, diz que provavelmente Mr. B sempre teve potencial para apreciar Johnny Cash, mas que esse gosto só aparece quando o transtorno obsessivo-compulsivo é tratado. “Anteriormente, a ansiedade severa dele não permitia que ele se conectasse com a música”, explicou.

O resumo do estudo realizado pela Universidade de Amsterdam diz o seguinte:

“A música é, entre todas as culturas, uma parte importante da vida da maioria das pessoas. A música tem benefícios psicológicos e pode gerar fortes reações emocionais e fisiológicas.

 

Recentemente, neurocientistas descobriram que a música influencia o circuito de recompensa do núcleo accumbens (NACC), mesmo quando nenhuma recompensa explícita está presente. Neste estudo de caso clínico, descrevemos um paciente de 60 anos que desenvolveu uma preferência musical súbita e distinta para Johnny Cash após a estimulação profunda do cérebro (DBS) voltada para o NAcc.”

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