Pela primeira vez na história, uma lula gonate antártica foi registrada viva e em movimento nas águas geladas do Oceano Antártico.
A gravação histórica foi feita em 25 de dezembro de 2024, durante uma expedição da National Geographic Society a bordo do navio de pesquisa Falkor (too), do Schmidt Ocean Institute.
O momento raro aconteceu quando a equipe lançou ao mar o ROV SuBastion, um veículo submersível remoto, que explorava a zona abissal próxima à borda externa da Bacia Powell, ao sul da Argentina, já no extremo sul do planeta.
Durante dois a três minutos, o misterioso cefalópode nadou calmamente diante das câmeras, permitindo que os pesquisadores observassem seu comportamento em seu ambiente natural.
Para não a assustar, o piloto do ROV reduziu a iluminação, e lasers foram usados para medir seu tamanho com precisão. Quando a lula decidiu que já tinha sido observada o suficiente, acelerou e desapareceu rapidamente nas profundezas escuras.
No início, os cientistas não tinham certeza de qual espécie se tratava. Mas o mistério foi resolvido por ninguém menos que a especialista em cefalópodes, Dra. Kat Bolstad, que, ao receber o vídeo, identificou a criatura como Gonatus antarcticus, uma espécie até então jamais registrada viva.
“Minha parte favorita é quando alguém me manda um vídeo perguntando ‘quem é essa lula?’”, comentou Bolstad. “Essa é, até onde sei, a primeira filmagem ao vivo desse animal no mundo.”
A descoberta é um marco para a biologia marinha e ajuda a lançar luz sobre as criaturas quase desconhecidas que habitam as regiões mais remotas do planeta.
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