Magic: The Gathering é o jogo mais complexo do mundo

Um grupo de pesquisadores analisou a complexidade do jogo Magic: The Gathering através de uma inteligência artificial. A conclusão é que nenhum algoritmo existente pode prever o vencedor do jogo.

O estudo foi encabeçado pelo designer de jogos de tabuleiro e pesquisador da Universidade de Cambridge, Alex Churchill, que formou uma equipe com outros dois pesquisadores: Stella Biderman, do Instituto de Tecnologia de Georgia e Austin Herrick, da Universidade de Pensilvânia.

Com base nas regras do card game, os pesquisadores codificaram os poderes e propriedades de cada carta para que o jogo fosse rodado em uma máquina de Turing, simulando uma partida entre dois jogadores.

Os principais aspectos que criam a complexidade de Magic são a quantidade de cartas que compõem o deck, seus poderes e as escolhas que cada jogador faz durante os turnos.

Para o jogo, um deck de 60 cartas é montado individualmente a partir da escolha de um cenário de 20 mil cartas, que devem corresponder à tática de jogo de cada pessoa. Cada carta é jogada na mesa de acordo com a situação que o jogador enfrenta; uma escolha no momento errado pode fracassar tudo.

A partir das regras e dinâmicas de jogo foi impossível prever um vencedor nas rodadas analisadas pelo computador. Isso faz de Magic um jogo mais complexo que o Xadrez, uma vez que o número reduzido de peças e um tabuleiro limitado tornam uma previsão possível.

Tentar prever um vencedor em Magic é tão difícil quanto solucionar o problema da parada na ciência da computação, no qual é preciso definir se um programa irá parar de rodar ou continuará rodando eternamente, explicam os pesquisadores.

Alan Turing provou, em 1936, que nenhum algoritmo é capaz de fazer previsões sobre a melhor solução nessa situação, o que é definido como uma saída não computável. O mesmo acontece quando se tenta prever um vencedor em Magic.

“Esse é o primeiro resultado que mostra um jogo do mundo real no qual determinar qual é a estratégia vencedora é algo que não pode ser computado”, explica Churchill.