Lierre Keith é uma ex-vegana, autora do livro “O Mito Vegetariano”, que aborda um ponto de vista diferente: A agricultura destruiu o planeta e a cultura humana.

Depois de 20 anos seguindo o estilo de vida vegan, ela começou a investigar bem esse negócio e chegou à conclusão que isso não faz sentido. Nem no ponto de vista ecológico, nem político. E nem para a saúde.

Seja agricultura química, seja agricultura orgânica.

Separamos alguns pontos abordados por Lierre Keith, que sintetizam a ideia dela, de acordo com uma entrevista publicada no site Directo Al Paladar:

O mito vegetariano: Ex-vegana diz que a agricultura destruiu o planeta

– A agricultura é totalmente destrutiva. Você pega um pedaço de terra, limpa todo ele, o que inclui matar todas as espécies e biodiversidade dali, e o “esteriliza” para servir como campo de produção de alimentos para humanos. Isso gera extinção de muitos animais, descolamentos, morte, devastação. Ela diz:

“Somos totalmente dependentes da destruição do nosso planeta. Duzentas espécies estão se extinguindo todos os dias. Noventa e oito por cento das florestas antigas e 99% das pastagens do mundo desapareceram, destruídas pela agricultura. Comer uma dieta vegana não é sustentável ou gentil para os animais. A questão não é: o que está morto no meu prato? A pergunta é: O que morreu por ter comida no meu prato? No caso dos alimentos agrícolas, a resposta é tudo.”

Não há opção livre de morte. Para algo para viver, algo mais tem que morrer.

– Militarismo e escravidão começaram com a agricultura. Para manter plantações, colheitas, plantios e produção vegetal, há pontos que exploram o ser humano. Em forma de trabalho, exploração e militarização.

Ela cita que, enquanto um caçador-coletor trabalha 17 horas por semana, quem trabalha com agricultura vê um trabalho sem fim.

– Há 10 mil anos a população humana ultrapassou o seu limite. Isso significa que as pessoas vão cada vez mais devastar o planeta para produzir alimentos. Uma hora os recursos vão acabar. Segundo a autora, a quantidade de grãos produzidos neste momento só pode ser alcançada graças a uma redução no solo e com combustível fóssil.

Quando você come cereais, você está comendo óleo cru. Isso tem sido verdade desde os anos 50, desde a chamada revolução verde.

Uma dieta vegetariana/vegana, para ela, só piora o problema. Pois, apesar dos vegetarianos acreditarem que o grão que iria para alimentar a vaca deveria ir para o humano, são apenas grão excedentes que alimentam os animais porque o preço do grão é muito baixo.

– Paradoxalmente, o que levou a pecuária industrial foi a revolução verde e a pregação vegetariana. Havia uma montanha de cereal excedente e não havia lugar para colocá-lo. Criaram então, a pecuária industrial, sistemas de engorda. A luta, portanto, seria contra o sistema atual de como o gado é produzido.

De forma industrial e nada natural. O poder corporativo tem feito com nossa alimentação, nossa saúde, nossa economia, nosso governo e nosso planeta.

– As dietas vegetarianas têm dois problemas: um de excesso e outro de deficiência. Essas dietas contêm muitos carboidratos e muitos ácidos graxos ômega-6. O corpo humano nunca foi feito para lidar com muito açúcar, e os Omega-6 causam inflamação por todo o corpo.

Esses dois problemas são em grande parte responsáveis pelos problemas de saúde universalmente associados aos povos agrícolas.

Temos um conceito para isso: as doenças da civilização. Câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, doenças auto-imunes, todas as condições degenerativas e crônicas que supomos serem normais.

Essas doenças são desconhecidas entre populações de caçadores-coletores, tanto históricas quanto atuais.

Um arqueólogo pode ver de relance se um osso é de um fazendeiro ou de um caçador. Os ossos do caçador são longos, fortes e livres de doenças.

Os ossos do agricultor são curtos, frágeis e crivados de doenças. A primeira coisa que acontece quando as pessoas estão engajadas na agricultura é que elas encolhem por 15 centímetros e seus dentes caem. Isso é universal.

A entrevista completa (em espanhol) você vê aqui.

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