O youtuber Jimmy “MrBeast” Donaldson, cujo império de conteúdo vale impressionantes US$ 85 milhões, recentemente expressou o estresse e a angústia de sua vida como um centimilionário da mídia.
Ele afirmou que “a pessoa comum não gostaria de viver como eu vivo ou estar na minha cabeça”.
“Elas ficariam infelizes porque estariam trabalhando o tempo todo”, reclamou Donaldson no podcast The Diary of a CEO, um programa que mistura conselhos financeiros com a cultura do trabalho incessante.
Pode parecer insensível em um país onde 52% dos trabalhadores em tempo integral passam mais de 40 horas por semana batalhando para sobreviver, mas vamos dar um desconto a Donaldson — ele realmente tem uma rotina pesada.
Com 370 milhões de seguidores, MrBeast é de longe o canal mais popular do YouTube.
Antes um streamer de games pouco conhecido, ele se tornou uma celebridade graças a uma combinação inteligente de manipulação do algoritmo e conteúdo cativante.
Seu principal sucesso vem de uma série de vídeos de sorteios que beiram o distópico, onde ele usa sua fortuna acumulada com anúncios do YouTube para convencer pessoas a participar de desafios extremos, inspirados em Round 6.
Coordenar tudo isso não é fácil, e é por isso que Donaldson montou uma equipe para ajudá-lo a planejar suas façanhas.
Mesmo assim, a pressão sobre ele é enorme, o que provavelmente explica por que sua empresa foi investigada por três meses devido a denúncias de assédio e má conduta no ambiente de trabalho.
Seus vídeos mais populares variam de gestos de bondade a desafios que beiram a tortura. Por exemplo, ele presenteou um homem sem-teto com um Lamborghini, filmando tudo, desde a escolha do carro até o pagamento. Ou o desafio de ficar 100 dias dentro de um círculo de grama para ganhar US$ 500 mil.
O segredo do sucesso de Donaldson não está apenas em marketing inteligente ou thumbnails chamativos, embora isso ajude. Na verdade, ele explora um medo comum: a ansiedade de viver sob o capitalismo.
Ao alimentar o sonho de escapar da rotina exaustiva que a maioria de nós enfrenta — imagine o que você faria com US$ 500 mil! —, ele construiu uma fortuna gigantesca. Claro, ele devolve parte desse dinheiro em sorteios, mas esses gestos também são parte do seu negócio, que continua a enriquecê-lo.
No fim das contas, como o próprio Donaldson sugere, a “pessoa comum” tem uma vida mais simples que a dele.
Ele sempre tem a opção de doar seus milhões e viver uma vida tranquila como a maioria de nós. Por que ele não faz isso?
A resposta, talvez, esteja no próprio sistema que ele tanto critica, mas do qual depende para manter seu império.
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