A história da humanidade está exposta em diversos museus ao redor do mundo, com temáticas diversas para saciar a curiosidade e promover conhecimento. Não seria diferente com o corpo humano, e na Islândia existe até um museu dedicado ao pênis. Em novembro, o Museu da Vagina chegará em Londres para romper tabus e oferecer representatividade feminina.

Falar com naturalidade sobre a sexualidade feminina ainda é tabu, quando se trata de órgãos sexuais femininos então pode ser digno de vulgaridade, promiscuidade e deve ser silenciado.

A falta de diálogo afeta nossa compreensão sobre a anatomia ginecológica feminina, fator que compromete a vida sexual de milhares de mulheres do mundo inteiro.

A autoestima também está em pauta quando não se fala abertamente sobre o fato: nenhuma vulva, vagina ou clitóris são iguais em todas as mulheres. Cada uma tem sua forma, aspecto e cor – todas são perfeitamente naturais.

É através do diálogo são e saudável que se cria uma das várias maneiras de libertar a mulher da opressão: desenvolve pertencimento, integralidade e aceitação.

Com esse enfoque, a britânica Florence Shecter reuniu materiais sobre os órgãos genitais femininos que serão expostos no Museu da Vagina.

“Respeito. Integridade. Empoderamento. Inclusão.”, esse é o lema descrito no site oficial do museu.

Florence Shecter, fundadora do Museu da Vagina

O local será inaugurado em uma área temporária no mercado de Camden, em Londres, com uma exposição intitulada “Muff Busters: Mitos da vagina e como combatê-los”, cujo objetivo é desafiar os “mitos difundidos” sobre a vagina.

As obras de arte vão contemplar diversas formas e aspectos do órgão, com temas também voltados à gravidez e ao período menstrual.

O projeto de Shecter começou em 2017 com exposições pop-up. Dois anos de pesquisa depois e com mais de US$ 62 mil arrecadados em uma campanha de crowdfunding, ela poderá, finalmente, fixar suas ideias.

“O museu tratará de toda importância cultural e histórica desta anatomia ginecológica”, explica.

A exposição também focará na história dos métodos contraceptivos, conscientização sobre tipos de câncer e questões de saúde relacionadas ao órgão genital feminino.

Segundo a fundadora, o museu tem a seguinte missão:

Divulgar conhecimento e aumentar a conscientização sobre a anatomia ginecológica e a saúde

Promover confiança para que as pessoas falem sobre questões relacionadas à anatomia ginecológica

Remover o estigma ao redor do corpo e a anatomia ginecológica

Atuar como um fórum para o feminismo, os direitos das mulheres, a comunidade LGBT+ e a comunidade intersexo

Desafiar o comportamento heteronormativo e cisnormativo

Promover valores interseccionais, feministas e trans inclusivos

A inauguração do Museu da Vagina acontece no dia 16 de novembro. Acompanhe mais informações através do site oficial.

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