Até a primeira fotografia colorida da Terra ser divulgada pela NASA em abril de 1968, intitulada “Earthrise” (“Nascer da Terra”), o mundo nunca tinha visto uma imagem nítida do planeta.
Meses antes, no mês de dezembro, Stanley Kubrick provocou nossa imaginação com muitos efeitos especiais e criatividade com o “Blue Danube”, de 2001: Uma Odisseia no Espaço.
A inspiração do diretor veio de um curta documentário de 1960, chamado “Universo”. O filme preto e branco segue o trabalho do astrônomo Donald MacRae em um observatório em Ontario, repleto de efeitos especiais que mostram o sistema solar e a nossa galáxia.
Em 1961, “Universo” recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Documentário em Curta-Metragem.
Segundo o biógrafo Vincent Lobrutto, quando o cieneasta conferiu o material pela primeira vez, disse que curta provou que a câmera poderia ser um telescópio para os céus. Quando os créditos rolaram, ele ficou analisando os nomes: Colin Low, Sidney Goldsmith e Wally Gentleman.
Kubrick ficou admirado e estudou “Universo” por grande parte de 1964. E decidiu replicar as técnicas do filme, e propôs aos nomes que estavam por trás daquelas imagens a trabalharem em seu novo longa.
O diretor tentou contratar Low, que recusou a proposta por conta de um trabalho próprio, mas Gentleman aceitou ser artista de efeitos especiais e levou muito da influência do curta para 2001.
Ele ainda conseguiu contratar o narrador de “Universo”, o ator canadense falecido recentemente, Douglas Rain, cuja voz ficou eternizada no computador HAL 9000, ancestral de Siri, Alexas e vozes de GPS conhecidas hoje.
Assista “Universo”, no player abaixo, uma obra-prima que inspirou um dos filmes mais aclamados da história.