Arquitetura Arte História

O primeiro monumento memorial dedicado às vítimas do coronavírus

O arquiteto Martín Gómez Platero projetou o primeiro monumento memorial dedicado às vítimas do coronavírus. A enorme estrutura circular instalada à beira-mar deve oferecer aos visitantes um momento de reflexão, luto e percepção do lugar do homem diante da natureza.

“Compreenda a relação entre uma natureza dinâmica e a humanidade subordinada às suas mudanças”, diz um vídeo de divulgação do projeto.

Intitulado The World Memorial of Pandemic, o monumento será instalado no Uruguai e reflete um profundo amor do arquiteto pela humanidade.

“A arquitetura é uma ferramenta poderosa para transformar o mundo”, diz Gómez Platero. “É, antes de tudo, uma realidade coletiva e histórica, feita de pequenos fragmentos que sobrevivem no tempo e se tornam (parte da) cultura. É uma forma de mostrar quem somos neste planeta. Os monumentos também marcam nossos marcos culturais e emocionais compartilhados. Ao criar um memorial capaz de ativar sentidos e memórias dessa forma, podemos lembrar aos nossos visitantes – como aconteceu com a pandemia –  que nós, como seres humanos, somos subordinados à natureza e não o contrário”.

O monumento de design minimalista mede 40 metros de diâmetro e possui, em seu centro, um recorte de 10 metros de diâmetro, que permite aos visitantes contemplarem o mar e a natureza em seu estado majestoso e puro – desse modo, nos lembrando da nossa própria fragilidade.

“A enorme estrutura circular servirá como uma experiência sensorial comovente que preenche a lacuna entre os mundos urbano e natural, criando um ambiente ideal para a introspecção. Situa-se na orla de um trecho indomado da orla urbana localizada no Uruguai, acessível apenas por uma longa passarela de pedestres que afasta o visitante gradativamente dos sons e visões da vida urbana até estar totalmente imerso na presença da natureza.”

O monumento é fabricado com aço Corten, um material altamente durável e resistente, para que ele se mantenha conservado dos fatores externos naturais e das marcas do tempo. Assim, ele deve cumprir o seu papel de nos lembrar o momento histórico que atravessamos.

Gómez Platero está atualmente em negociações com o governo uruguaio sobre a seleção do local onde o monumento será instalado. É estimado que o memorial leve seis meses para ser construído.

Após concluído, o monumento será aberto ao público. Seguindo as práticas atuais de distanciamento social, as visitas serão limitadas para até 300 pessoas por vez.

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