A nova série da HBO, Chernobyl, revisita o maior acidente nuclear da história, que aconteceu na Ucrânia na década de 1980.
Com uma abordagem totalmente diferente do que estamos acostumados, sem terrores forçados e criaturas grotescas, a minissérie contará em 5 episódios como se sucederam os eventos reais após o desastre.
No dia 26 de abril de 1986 o reator da Central Nuclear da cidade de Prypiat explodiu durante um teste de segurança, emitindo uma radiação 400 vezes maior que a bomba atômica de Hiroshima. As nuvens radioativas alcançaram até a Suécia.
Escrito por Craig Mazin e dirigido por Johan Renck, o drama histórico narra os esforços por parte dos soviéticos em esconder o acidente e a realidade que milhares de civis, trabalhadores, soldados e bombeiros viveram na Central Nuclear após o acidente.
Segundo os soviéticos, o número de mortes é de 31 pessoas, mas se estima que o resultado do envenenamento e casos de câncer relacionados à radiação sejam de 4 mil a 250 mil mortes.
O terror da série se concentra em torno de decisões políticas cruéis e efeitos da radiação nos corpos de trabalhadores que se sacrificaram para conter os danos da explosão e as consequências que definem a região até hoje.
“Você vai entender como é difícil fazer um reator nuclear explodir. Precisa haver erros de julgamento e mentiras internacionais do topo da cadeia de poder até à base. É uma série sobre o custo das mentiras”, diz o roteirista.
O enredo foca especialmente em Valery Lesagov, interpretado por Jared Harris, um físico soviético que foi responsável pela investigação do desastre, desafiando as autoridades soviéticas ao comunicar a gravidade do acidente.
Com elenco de peso, cada personagem da série representa uma pessoa que teve papel importante na situação.
Boris Shcherbina, ministro designado pelo Kremlin para liderar a investigação do caso é interpretado por Stellan Skarsgård.
Emily Watson interpreta a personagem fictícia Ulyana Khomyu, que homenageia diferentes cientistas espalhados por toda Europa que detectaram níveis da radiação do desastre.
“Me choca como houve uma briga pela propriedade da verdade. É tão fácil diminuir os fatos e tudo que serve como base científica. É realmente algo perigoso”, disse a atriz.
Para o roteiro, Mazin se baseou em relatórios de cientistas, documentos da Agência Internacional de Energia Atômica e visitou sobreviventes. Ele inclusive esteve em Prypiat, cidade fantasma que deve permanecer inabitada por 3.000 anos.
“Tentamos chegar o mais próximo possível do que aconteceu. Quase não há decisões para aumentar a dramaticidade”, revela o roteirista em um podcast da HBO sobre ficção e realidade na série.
A série superou pontuação de Game of Thrones e Breaking Bad, e conquistou a avaliação mais alta do IMDB (9,6 pontos), atingindo o primeiro lugar no ranking de séries mais bem avaliadas.
Chernobyl é exibida às sextas-feiras às 21h, na HBO.