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Objeto interestelar misterioso 3I ATLAS muda de forma e intriga cientistas

A astronomia está de olho em um visitante cósmico misterioso que está entrando em nosso Sistema Solar e se comportando de maneira surpreendente. Batizado de 3I ATLAS, o objeto interestelar vem chamando a atenção dos cientistas não apenas por sua origem distante, mas também por estar passando por transformações visíveis enquanto se aproxima do Sol.

Novas imagens capturadas pelo telescópio Gemini South, localizado no Chile, revelaram que a cauda do 3I ATLAS está ficando mais longa, um sinal clássico de que se trata, de fato, de um cometa. Mas o que realmente está empolgando os pesquisadores é a composição química desse viajante solitário: ele possui uma quantidade inesperadamente alta de dióxido de carbono, um comportamento que o aproxima mais dos cometas que conhecemos dentro do nosso próprio sistema.

Cometas são frequentemente chamados de “bolas de gelo sujo”, já que são corpos gelados que liberam gases e poeira ao se aproximarem do calor do Sol, formando uma cauda característica. Quanto mais perto chegam do periélio – o ponto mais próximo da estrela –, mais ativos se tornam. E é exatamente isso que está acontecendo com o 3I ATLAS.

Além do alongamento da cauda, a imagem do Gemini mostrou uma “coma” brilhante e expansiva, uma atmosfera temporária de gás e poeira que envolve o núcleo do cometa. A grande surpresa, no entanto, veio com a análise espectral: os materiais que compõem esse objeto interestelar são muito semelhantes aos dos cometas que se formaram aqui mesmo no nosso quintal cósmico.

Segundo Karen Meech, astrônoma da Universidade do Havaí que liderou as observações, os resultados são fascinantes. “Ficamos animados ao ver o crescimento da cauda, indicando uma mudança nas partículas em relação às imagens anteriores, e tivemos nosso primeiro vislumbre da composição química através do espectro”, comentou.

Esse é apenas o terceiro objeto interestelar já confirmado pela ciência, o que torna sua passagem um evento raro e valioso para entender melhor como corpos celestes se formam em outros sistemas estelares.

O 3I ATLAS deve atingir seu ponto mais próximo do Sol no final de outubro, passando relativamente perto de Marte. Depois disso, seguirá viagem de volta ao espaço interestelar, deixando para trás não apenas imagens deslumbrantes, mas também pistas preciosas sobre a dinâmica da nossa galáxia.

Como resumiu Meech: “Esta imagem é um marco científico e uma fonte de admiração. Ela nos lembra que nosso Sistema Solar é apenas uma parte de uma galáxia vasta e dinâmica, e que até mesmo os visitantes mais passageiros podem deixar um impacto duradouro.”

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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