Ao longo de mais de duas décadas, Call of Duty se mantém não apenas como um gigante dos videogames, mas como um fenômeno cultural que parece ganhar fôlego a cada novo lançamento. São 22 jogos em 22 anos, e a franquia continua no topo das listas de mais vendidas nos Estados Unidos, com 13 lideranças só nos últimos 16 anos. E agora, com Black Ops 7 chegando ao mercado, a pergunta volta à tona: o que mantém COD tão imbatível, e até quando essa hegemonia pode durar?
No evento especial de lançamento do novo título, o ator Michael Rooker, conhecido pelos fãs da Marvel, The Walking Dead e até pelos seus personagens no universo DC, lembrou um detalhe curioso: o momento em que muitos jogadores decidiram poupar a vida do seu personagem Mike Harper em Black Ops 2. Segundo ele, é o assunto que mais escuta dos fãs até hoje, e sempre rende conversas animadas.
Uma das chaves desse sucesso é a constante reinvenção. Nenhum Call of Duty é igual ao anterior. A série começou ancorada em guerras históricas, mas virou a chave com Modern Warfare em 2007, migrando para conflitos modernos, e ganhou atmosfera de espionagem com Black Ops em 2010. Desde então, Activision transita entre diferentes subfranquias, mantendo tudo fresco e imprevisível. Para Natalie Pohorski, produtora narrativa líder de Black Ops 7, o desafio é sempre superar o que veio antes, buscando novas ideias, arriscando e tentando surpreender.

Essa vontade de inovar se reflete na variedade insana de modos de jogo. Em Black Ops 7, a campanha cooperativa coloca você e um parceiro enfrentando as consequências de uma nova Guerra Fria, lidando com o vilão Raul Menendez e com a corporação The Guild, que aprendeu a transformar medo em arma. Ao terminar a trama principal, ainda há o gigantesco modo Endgame, com partidas de 32 jogadores que prolongam a experiência para muito além dos 11 níveis da história.
O multiplayer segue frenético, com 18 mapas iniciais e outros chegando na primeira temporada. O famoso “omnimovement”, que já dava liberdade absurda de mobilidade, agora inclui até saltos em paredes. E claro, Zombies continua sendo quase um jogo à parte,uma evolução impressionante daquele pequeno easter egg de 2008. Há modos acessíveis para iniciantes e desafios extremos para veteranos, sem contar Dead Ops 4, o arcade escondido com 80 fases para quem quer algo mais leve.
Outro trunfo da franquia é que ninguém precisa estudar lore para se divertir. Mesmo que Black Ops 7 seja sequência direta de eventos anteriores, tudo pode ser resumido em um rápido recap de 90 segundos. A diretora de comunicação Stephanie Snowden reforça esse compromisso com a acessibilidade: o jogo é pensado tanto para quem acompanha COD há anos quanto para quem está entrando agora.
Essa abertura também ajuda a atrair novos talentos. Kiernan Shipka, que interpreta Emma Kagan, CEO da misteriosa The Guild, aceitou o convite mesmo sem ser gamer assídua. Depois de semanas de captura de movimento, gravação e treinamento militar, ela finalmente teve a chance de jogar consigo mesma na tela, o que considerou tão esquisito quanto divertido. Para ela, criar um jogo desse porte se parece com trabalhar em uma série de alto nível, com a diferença de estar vestida com um traje de bolinhas enquanto enfrenta o “fim do mundo”.
Apesar da fama de tiroteio desenfreado, Call of Duty sempre tenta ir além. O novo jogo mergulha em temas como manipulação emocional, tecnologia e capitalismo predatório, criando uma narrativa que soa estranhamente atual. Ainda assim, a franquia mantém o humor característico, seja nos anúncios com comediantes, seja nas piadas afiadas de personagens como Harper, que chega até a ganhar uma versão de 20 metros de altura graças às loucuras da história.
O futuro também parece garantido. Mesmo com dois jogos enormes desenvolvidos em sequência, a equipe já tem ideias de sobra para explorar, mas só depois do lançamento, claro. E há ainda o aguardado filme live-action de Call of Duty, finalmente aprovado após anos de especulações. Para Rooker, trazer o universo do jogo para o cinema é uma evolução natural.
Enquanto isso, COD segue fazendo o que sempre fez: entregando diversão explosiva, contando boas histórias e se renovando a cada lançamento. Se vai continuar como líder absoluto por mais dez, quinze anos? Ninguém sabe ao certo. Mas, pelo ritmo atual, a guerra está longe de acabar.
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