Em uma reflexão franca e cheia de nuances durante participação no podcast The Last Laugh, Rainn Wilson, o inesquecível Dwight Schrute de The Office, comentou sobre um dos episódios mais polêmicos da série: “A Benihana Christmas”, exibido na 3ª temporada.
No episódio em questão, Michael Scott (Steve Carell) e Andy Bernard (Ed Helms) saem com duas garçons asiáticas após serem rejeitados e, em uma cena que se tornou emblemática, Michael usa uma caneta para marcar o braço de uma delas para não as confundir. Wilson não poupou adjetivos: classifica a cena como “de cair o queixo” e “horrífica” em seu conteúdo racista e insensível.
No entanto, o ator também reconhece a complexidade da comédia: “É engraçado pra caramba”, admitiu, explicando que o humor da série vem justamente da falta de noção de personagens como Michael, Dwight e Andy, figuras que espelham, de forma exagerada, comportamentos problemáticos presentes na sociedade norte-americana.
Wilson ponderou ainda se um episódio como esse poderia ser feito hoje, no atual contexto cultural. “Teria que ser muito, muito diferente”, avaliou, lembrando que mesmo na época o programa já levava o humor ácido até o limite.
A declaração do ator reacende um debate familiar entre fãs da série: até onde vai a licença poética do humor? The Office sempre se apoiou em personagens politicamente incorretos e situações constrangedoras, e muitos defendem que é justamente esse o seu brilho.
Apesar do incômodo que cenas como a do sharpie possam causar hoje, Wilson não condena a série, pelo contrário, entende que ela funcionava como um espelho crítico de uma certa “sensibilidade americana”. E, no fim das contas, como ele mesmo diz: “É engraçado pra caramba”.
The Office continua sendo uma das comédias mais amadas de todos os tempos, mas será que envelheceu bem?
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