Poucas cenas em Star Wars dividiram tanto os fãs quanto o momento em que Kylo Ren parte o Líder Supremo Snoke ao meio em Os Últimos Jedi. O vilão misterioso que surgiu em O Despertar da Força, cercado de teorias que o ligavam a Darth Plagueis ou algum outro mestre Sith ancestral, foi construído com um peso sombrio para, de repente, ser eliminado no meio do Episódio VIII. Agora, o diretor e roteirista Rian Johnson voltou a falar sobre essa decisão polêmica e reforçou que, para ele, foi a escolha certa.
Em entrevista à Rolling Stone, Johnson explicou não só a reação negativa ao destino de Snoke, como também desmentiu a ideia de que fez Os Últimos Jedi de forma isolada, sem coordenação com J.J. Abrams. Ele contou que os dois se encontraram, passaram dias discutindo o que Abrams havia planejado e as decisões que tomou em O Despertar da Força. Ainda assim, Johnson seguiu para fazer o filme que queria, enquanto Abrams ainda estava imerso nas filmagens do episódio anterior. Ele afirma que nenhuma de suas escolhas foi para “desfazer” o que veio antes, mas sim uma forma de levar adiante a história e os personagens que admirava.
Johnson revelou que levou muito a sério o pedido da presidente da Lucasfilm, Kathleen Kennedy, que o incumbiu de criar o “Império Contra-Ataca” da nova trilogia. Para ele, isso não significava apenas fazer referências ao clássico, mas sim capturar a essência de um capítulo que realmente mudasse o rumo da narrativa. E quando chegou a hora de definir o destino de Snoke, viu ali uma oportunidade, não de descartar um vilão, mas de fortalecer outro. O diretor conta que foi assistindo ao material de Abrams e vendo o poder da atuação de Adam Driver como Kylo Ren que teve o insight. A cena de interrogatório entre Kylo e Rey no primeiro filme já tinha um peso enorme e revelou um vilão muito mais complexo do que qualquer chefe sombrio no comando.
Por isso, Johnson afirma que a morte de Snoke foi pensada para ter o maior impacto dramático possível, justamente para elevar Kylo Ren a um novo patamar de antagonismo. Para ele, fazia sentido apostar em um personagem tão fascinante e imprevisível como Kylo, em vez de manter um vilão genérico no trono. Claro que, depois, Abrams retornou no Episódio IX trazendo de volta o Imperador Palpatine e revelando que Snoke era apenas uma marionete do velho Sith, além de transformar Rey na neta de Palpatine, retrocedendo a ideia de que ela era “ninguém”, algo que também dividiu o público.
Gostando ou não, o que Johnson defende é que seu capítulo no meio da trilogia não foi feito para jogar seguro ou atender todas as expectativas dos fãs. Ele queria mexer na dinâmica de poder, subverter teorias e, acima de tudo, surpreender o público, para o bem ou para o mal.
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