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Salmão de Laboratório chega às lojas após primeiro selo de aprovação da FDA nos EUA

Agora é oficial: o salmão de laboratório vai começar a chegar aos pratos dos americanos. A startup Wildtype, de San Francisco, se tornou a primeira empresa dos Estados Unidos a receber aprovação da FDA (agência que regula alimentos e remédios no país) para vender frutos do mar produzidos a partir de células.

Depois de uma longa análise, a FDA concluiu que o salmão da empresa, feito 100% a partir de células de salmão coho, é seguro para consumo e pode ser vendido comercialmente.

Esse peixe não vem do mar, nem de fazendas aquáticas. Ele é produzido em biorreatores, num processo que imita as condições do oceano, mas sem precisar lançar uma rede na água.

Batizado de saku, o salmão de laboratório faz sua estreia no Kann, um restaurante haitiano super premiado em Portland, Oregon, comandado pelo chef Gregory Gourdet, vencedor do James Beard Award.

Por enquanto, o prato é servido nas noites de quinta, mas já está confirmado como item fixo do cardápio a partir de julho. E não para por aí, a Wildtype já tem planos pra expandir pra outros quatro restaurantes nos próximos meses, dando início a uma entrada lenta, porém certeira, no mercado.

O processo funciona assim: eles coletam uma pequena quantidade de células de salmão coho do Pacífico e cultivam em um ambiente controlado, com nutrientes específicos.

O resultado é um filé de salmão limpo, pronto pra sushi e livre de antibióticos, mercúrio, microplásticos ou parasitas, problemas comuns na pesca tradicional e na criação em cativeiro.

A FDA avaliou todo o processo e, ao dar um “no questions letter”, algo como um selo de segurança sem ressalvas, liberou oficialmente a venda do produto. E isso cria um marco importante.

Enquanto carnes e frangos cultivados precisam passar também pela aprovação do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA), os frutos do mar são responsabilidade exclusiva da FDA, o que torna o caminho regulatório bem mais simples pra empresas como a Wildtype.

Apesar dos argumentos a favor, como benefícios pro meio ambiente e pra saúde pública, as proteínas cultivadas ainda geram polêmica. Estados como Flórida e Alabama, por exemplo, já proibiram a venda de carnes feitas em laboratório, e pesquisas mostram que boa parte dos consumidores americanos ainda torce o nariz pra ideia.

Mesmo assim, o setor não para de crescer. A Wildtype agora se junta a nomes como GOOD Meat e UPSIDE Foods, que já conseguiram aprovações federais pra vender outros tipos de proteínas feitas em laboratório.

O futuro dos alimentos, goste ou não, já está sendo servido.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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