O primeiro episódio de She-Hulk já está disponível na Disney+ e podemos conferir em primeira mão as aventuras de Jennifer Walters como a próxima grande super-heroína da Casa das Ideias. Ou quase isso, para sermos bem mais sinceros com vocês. A estreia da personagem tem um estrondo muito grande e mostra que existe espaço para mais personas diferentes do que já estávamos acostumados.

Primeiro, o que você já deve ter lido em vários lugares e inclusive neste site, é que o seriado será voltado para o humor. E eles mal escondem isso. Sendo sincero? Isso foi muito bom. Até porque estas piadas e diálogos divertidos tem um timing impecável, mostrando que nem tudo tem de ser uma sequência de clichês jogados como uma metralhadora ao público, como Thor: Amor e Trovão por exemplo.

Não satisfeitos com isso, em segundo lugar, vemos a protagonista tão cheia de personalidade e de pé firme em suas ideias que mal conseguimos compará-la com a Capitã Marvel ou Viúva Negra. Ela está ciente de que existe um universo inteiro de aventuras e outros heróis e decide levantar questões que debatemos aqui no mundo real para lá também, fazendo as produções do MCU um palco de “auto-crítica” de suas próprias gafes.

A série é um despertar para as gafes no MCU

Além das piadas em She-Hulk

Ainda nos trailers, podemos ver She-Hulk discutindo com o seu primo Bruce Banner sobre a virgindade do Capitão América. Quem queremos enganar que já lemos esse debate em comentários da internet afora? A série chega para dizer “lá dentro eles também debatem coisas assim”. E isto é apenas um dos fatores, lógico. Não veremos isso para saber com quem Steve Rogers transou ou deixou de transar. A propósito, a pergunta finalmente é respondida aos curiosos de plantão.

Isso só mostra o quanto a Marvel Studios sabe as suas falhas que cometeu ao longo destes anos de mais de 30 produções, estando disposta a bater um papo sobre elas através de Jen. Falando nela, que personagem meus amigos. Podemos dizer que ela é genuinamente o oposto do próprio Hulk, tornando as coisas bem mais leves do que esperaríamos ser. Equilibrada, sensata e cheia de ideais, nem o próprio super-herói consegue controlar sua força de vontade. De todas as formas possíveis, diga-se de passagem.

Esperamos bastante da série? Sim, mas pediria para pisar com cuidado neste ambiente. Não pelo fato de ser uma heroína próxima ao público, capaz de conversar com você sobre os eventos vistos ali enquanto rolam. Ou por ela despejar seu humor ácido sobre temas que alguns consideram “intocáveis” dentro do MCU. O grande problema que enxerguei ali, qual talvez você também veja, é que ela parece boa demais. Sério mesmo, nem mesmo o CGI tão criticado desaponta ali e dá para ver o tamanho do cuidado que tomaram com o material.

Boa demais? Talvez

Ela demonstra ser muito bacana, assim como Ms.Marvel foi e conquistou o coração de todos com suas desventuras adolescentes. E apesar de eu ter gostado muito do seriado que já concluiu, temos de concordar que ele carrega suas falhas. Minha fala acima só implica que você não deve jogar todas as suas expectativas de que a experiência será 100% positiva ou conectada de She-Hulk ao restante deste universo compartilhado. Temos Mark Ruffalo ali, sabemos da chegada do Demolidor e tudo mais, porém devem ser lidadas como participações especiais dentro da trama da própria Jennifer.

Eu vi algo que indicasse isso? Não, por essa razão que já alerto o quanto você deve segurar a sua hype e apenas aproveitar o conteúdo. Vamos ser sinceros aqui, vemos séries e filmes para curtir e sairmos um pouco da chatice da vida real. E é essa a proposta do que estou vendo por lá. Algo que vai te tirar um pouco destas loucuras de multiverso e Celestiais nascendo do núcleo da Terra para brincar um pouco com todas estas narrativas e construções. Nem é um pecado fazer isso, é um momento leve e descontraído necessário em meio às diversas críticas que temos sobre a Fase 4.

Para que levar tudo tão a sério?

Tá, mas e o primeiro episódio?

O que vemos no primeiro capítulo é uma introdução à personagem e todo seu know-how, quais devem ser trabalhados mais profundamente nos próximos. Considerando que, ao contrário das demais, ela terá 9 episódios e será um pouco mais extensa, devemos mergulhar um pouco mais em suas aventuras e personalidade nos eventos seguintes. Vale também deixar claro que ela mesma te avisará que esta é uma série sobre advogados e não uma “jornada de origem” como estamos acostumados.

Isso se mostra em toda a preparação dela para discutir no tribunal e as coisas que rolam por lá. Claro que no meio Jennifer mostra todo o processo de transformação em She-Hulk, mas o ponto bacana que mesmo em meio ao treinamento e às discussões emblemáticas, temos a certeza de que a veremos mais nos tribunais do que salvando o mundo lá fora. E está bem, nem todos precisam ou querem entrar nos Vingadores.

Os conflitos serão nos tribunais

Este ponto é bastante discutido, já que Bruce Banner está mergulhado nessa decisão enquanto sua prima nem cogita a ideia. Quando o mundo precisar de ajuda e heróis é possível que ela apareça para salvar o dia? Lógico, conhecemos essa saga nas HQs e sabemos que ela já participou do grupo, assim como da A-Force e do Quarteto Fantástico também. Porém, esqueçam essa ideia que teremos ela jogada em algum destes núcleos até o fim da temporada ou em uma cena pós-créditos.

O ponto é: a Marvel Studios está fazendo justamente o contrário do que conhecemos. Nos apresenta um personagem do núcleo que não deseja estar nele. Com muito humor e personalidade, o que devemos aguardar é uma jornada de aceitação de Jennifer Walters em relação à sua nova realidade e usando de todos os seus recursos para salvar o dia do seu próprio modo. Desprender as coisas para que elas possam se unir naturalmente de alguma forma no futuro. E, até aqui, este clima se mostra o mais acertado possível.

A série She-Hulk é exibida todas as quintas-feiras através da Disney+. Veja mais em Críticas de Séries!

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