Uma cena de poucos segundos em Lightyear, filme de animação da Pixar, voltou a gerar debate nas redes sociais após o rapper Snoop Dogg comentar publicamente que se sentiu “confuso” com a representação de um casal lésbico no longa, e com a pergunta de seu neto sobre como duas mulheres podem ter um filho.
Em um podcast, Snoop afirmou que não esperava pelo momento e brincou: “Eu não vim para isso, só queria ver o maldito filme”. Suas declarações rapidamente viralizaram e provocaram reações negativas de fãs, alguns pedindo até mesmo o cancelamento de sua apresentação na final da AFL na Austrália.
Diante da repercussão, o rapper publicou um comunicado no Instagram em tom de reconciliação. “Fui pego de surpresa e não soube responder meu neto”, escreveu. “Todos os meus amigos gays sabem como é. Eles me ligaram com amor. Peço desculpas por não ter as respostas para uma criança de 6 anos. Me ensinem a aprender. Não sou perfeito.”
Do outro lado do debate, Lauren Gunderson, roteirista que integrou a equipe de desenvolvimento de Lightyear, saiu em defesa da cena. Em publicações nas redes sociais, ela relembrou que foi a responsável por criar o casal lésbico no filme. “Em 2018, escrevendo versões iniciais do roteiro, uma personagem precisava de uma parceira, e foi natural escrever ‘ela’ no lugar de ‘ele’”, explicou.
“Por menor que seja esse detalhe no filme, eu sabia do seu impacto representativo. Pequena fala, grande significado. Fiquei feliz que mantiveram. Tenho orgulho. Até o infinito. Amor é amor.”
Lightyear foi lançado em 2022 e, apesar de críticas positivas, não performou bem nas bilheterias, faturou US$ 226 milhões globais, resultando em prejuízo estimado de US$ 100 milhões para Disney e Pixar. Além da concorrência com Top Gun: Maverick e Jurassic World Dominion, o estúdio enfrentou tensionamentos internos: reportagens revelaram que executivos chegaram a cortar a cena do beijo antes de uma pressão generalizada dos funcionários garantir sua reinserção.
A troca recente entre Snoop Dogg e Gunderson reacendeu uma conversa importante sobre representatividade LGBTQ+ no cinema familiar, e como pequenos gestos em uma tela podem gerar grandes reflexos no mundo real.
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