Ciência

Teoria de Kepler será transformada em música

Na obra Harmonices Mundi, publicada em 1619, há uma teoria de Kepler que afirma que os planetas “cantam” músicas e cada um deles possui uma nota.

Baseado em sua lei harmônica, Johannes Kepler, o astrônomo e matemático alemão mais importante da revolução científica, observou que o movimento dos planetas não têm velocidade constante.

A partir da variação de velocidades dos planetas e suas respectivas distâncias em relação ao Sol, ele teorizou uma ligação entre elas e um intervalo musical no qual cada planeta corresponderia um tom.

Sendo assim, os sons mais graves seriam emitidos pelos planetas mais distantes do Sol, e os mais próximos, os mais agudos.

“Os movimentos dos céus não são mais que uma eterna polifonia.”, Harmonices Mundi (1619), Kepler.

Segundo a teoria de Kepler, a melodia emitida por cada planeta não é uma sequência de notas distintas, mas um som eterno, que varia continuamente entre o mais grave e o mais agudo.

Um som similar ao que um violinista deslizando continuamente seu dedo na corda do violino poderia produzir.

O astrônomo chegou à conclusão de que Mercúrio seria o Soprano, a voz mais aguda, Vênus e a Terra seriam os Contraltos, Marte o Tenor, sendo Júpiter e Saturno as vozes mais graves, os Baixos.

De acordo com o astrônomo, a Terra corresponde a um intervalo musical de meio-tom, que ele associou ao modo eclesiástico de mi, concluindo que a melodia que o planeta emitia era “mi-fá-mi”.

Como a teoria foi concebida durante a Guerra dos Trinta Anos, Kepler acreditava que a Terra emitia um lamento constante, dada a miséria e a fome do período histórico.

Aproveitando esse caminho onde a música e astronomia se encontram, o projeto Nature’s Whispering Secret surge com a ideia de gravar um álbum onde serão exploradas as ideias de Kepler em sua teoria.

Desenvolvido pelo cornetista Bruce Dickey, o projeto contará com o compositor Calliope Tsoupaki, a cantora Hana Blažíková e um grupo de cantores e instrumentistas da Europa, que se destacam por performances de músicas polifônicas do século 16.

O tributo ambicioso está em campanha de financiamento coletivo no Indiegogo para gravação do álbum e uma possível turnê em 2020.

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