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The Acolyte – Episódio 3 | Crítica: Uma conversa necessária

O terceiro episódio de The Acolyte mostra o que houve no passado entre Mae e Asha – trazendo um gigantesco flashback relacionado à origem das duas personagens e qual o envolvimento dos Jedi no desastre que ocorreu em seu planeta.

No entanto, alguns elementos narrativos foram apresentados dentro da trama e já adianto aqui que este texto CONTERÁ SPOILERS – já que é impossível debater sobre o assunto proposto sem destrinchar algumas informações apresentadas durante o capítulo mais recente. Caso ainda não tenha assistido, recomendo que salve o link e leia após conseguir alcançar o conteúdo.

Debate em The Acolyte

Vou ser bem direto em relação a The Acolyte e sem rodeios. A trama apresenta que Asha e Mae tiveram o mesmo tipo de “concepção” que Anakin Skywalker, mostrando que ambas não tem um “pai” e nasceram da Força. E esta mesma Força não é chamada desta forma pela cultura das “Bruxas”, contendo o nome de “Fio” e inclusive para elas isso tem uma abordagem completamente distinta.

Se você está reclamando disso, sinto informar, você não apenas não é fã de Star Wars como não está usando a sua capacidade de raciocinar o básico. A Disney e a Lucasfilm não estão estragando sua infância ou “quebrando o cânone”, como vi muitos reclamarem e criticarem. Anakin é sim importante e teve toda a simbologia dele como “O Escolhido” dentro da saga.

O que The Acolyte fala é apenas que ele não foi o ÚNICO. Em um universo de bilhões de anos, é literalmente impossível que a “Força”, “Fio” ou o que quer que chamem não entrasse em desequilíbrio em determinados momentos. Assim como houve duas antes de Anakin, como é mostrado no episódio, podem haver outros depois dele. E gente, está tudo bem. São 100 anos de distância de uma história para outra.

E aqui estamos falando sobre pensar, qualquer um pode chegar na mesma conclusão ao ver e refletir sobre o seu significado dentro da mitologia de Star Wars. Você pode reclamar e chiar? Claro que pode, direito seu. Mas temos de bater nos pontos certos, falar sobre o que realmente importa dentro de uma produção audiovisual, ao invés de chorar pela “infância roubada”. Se passaram 45 anos do primeiro filme e 25 da trilogia prequel. Superem.

Já a questão sobre o “Fio” em The Acolyte, segue o mesmo trajeto. Culturas diferentes de lugares diferentes enxergam a MESMA coisa de outras formas. Nosso planeta é um exemplo vivo, onde vemos religião, milagres e a presença de um Deus de formas abstratas – de acordo com a cultura e crenças de cada um ou cada grupo. Não é que a DELAS está certo ou a dos JEDI que está, são apenas formas e abordagens distintas. Botem a mão na consciência sobre isso.

Enfim, o episódio

Quem acompanha nossas críticas sobre Star Wars por aqui já sabe o quanto eu odeio os flashbacks das produções da franquia. E em The Acolyte isso se repete. Apesar de ter achado a história esclarecedora e bem interessante no ponto de vista cultural, para mim sua presença logo no terceiro episódio quebrou completamente o ritmo da narrativa que acompanhei nos dois anteriores.

Não há qualquer cena no presente ou algum significado embutido em recontar isto neste determinado momento, o que me deixou frustrado para saber o que ocorreu após os eventos do episódio da semana passada e ter de esperar mais sete dias para ver onde isso vai parar. Este, para mim, foi o principal ponto negativo deste capítulo apresentado.

É óbvio que eu também tenho outras reclamações, como não terem colocado Kelnacca com um sabre de luz em qualquer inserção deste personagem na história (seja no presente ou no flashback) e ver o quanto Torbin foi massacrado pelo tempo. Era um jovem tão promissor, tinha um futuro todo pela frente…triste o que ocorre com ele. Porém, são críticas “menores”, por assim dizer.

E o que fizeram certo em The Acolyte? Mesmo com um ritmo mais lento e focado nas crianças, ver a chegada dos Jedi na cultura alheia sem serem convidados e tomarem as rédeas da situação foi um impacto bem grande. Nenhuma das gêmeas estava em perigo, todas exerciam sua cultura ali e apenas Asha sentia dúvidas pessoais sobre o seu trajeto nela. A intromissão deixa bem claro que o respeito e abordagem dos Jedi já estava errada 100 anos antes de seu extermínio.

Por fim, continuarei assistindo para ver onde isso vai nos levar. Não acredito que a produção tenha escolhido este período à toa, nem botou estes elementos apenas para “brincar” com o cânone. Ou seja, isto terá alguma importância dentro de toda a franquia e acompanharei para ver onde nos levará. Quanto às reclamações, espero honestamente que reflitam sobre e saibam escolher as motivações corretas para gostar ou desgostar de algo.

The Acolyte será exibido semanalmente todas as terças-feiras a partir das 22h na Disney+. Veja mais em Críticas de Séries!

Redator no Nerdizmo, do Gamerview, Adrenaline e Mundo Conectado, faz dos games e do mercado geek o seu lar dentro deste vasto multiverso de assuntos.

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