O seriado The Last of Us, baseado na obra da Naughty Dog para o PlayStation 3, teve o seu primeiro episódio exibido ontem na HBO Max e eu venho aqui afirmar que foi o início mais impactante que já vi em um seriado do gênero. Você pode ter jogado o game, visto todo o gameplay e história via YouTube ou lido sobre a sua trama. Ainda assim, o material televisivo te surpreenderá – positivamente, lógico.
Apesar da longa duração, eles não desperdiçam um minuto sequer para dar o que os fãs querem ver. Com todo respeito às adaptações de Resident Evil e The Walking Dead, mas aqui temos o material definitivo sobre “zumbis”. Não apenas por ver o combate contra os mortos-vivos mais realista, por assim dizer. Porém, não enxerguei em nenhuma outra a forma como o caos se instaura tão bem-mostrada nas telinhas.
Sou um daqueles que jogou no passado e conheço o conteúdo. Comecei de forma bem cética a assistir, principalmente ao ver que a produção estava sob as mãos de Neil Druckmann, o mesmo responsável pelo título de PS3. Às vezes o cara é muito bom em games e se torna um péssimo produtor executivo, então não botei minha mão no fogo inicialmente. E, quando o capítulo encerrou, eu só conseguia agradecer por ser tão melhor quanto minhas previsões mais positivas.
A série The Last of Us impacta
Caso você não conheça a trama de The Last of Us, é algo simples e sem tantos rodeios. Joel é um homem extremamente amargurado, que tem em sua família um pouco do único conforto que restou em seus dias. O “apocalipse” trouxe uma dor extremamente grande a ele e atualmente o personagem se mantém captando dinheiro de todas as formas possíveis para sobreviver.
Já Ellie é uma garota que, misteriosamente, não é afetada pelos fungos que tomaram conta de toda a humanidade. Ela é capturada pelos Vagalumes, um grupo de libertação visto como terrorista e com o simples objetivo de movê-la de Boston para um outro local. É no encontro entre ela e Joel que se dará a caminhada até o grande final desta primeira temporada.
Vamos começar falando da própria produção em si, que está um espetáculo visual. Não digo apenas a quantidade de cenas práticas, sem o uso de CG, mas também por toda a harmonia representada entre a câmera, falas, cenários e tudo que compõe cada minuto do material. Não parece que recriaram exatamente o que é visto no jogo, mas sim que pegaram seu espírito e fizeram algo extremamente competente para a TV.
Dito isso, The Last of Us prometeu bastante e, ao menos neste episódio, cumpriu mais do que eu podia desejar. Não sei nem posso afirmar que eles continuarão com a mesma qualidade até o final, mas o início é uma aposta altíssima que me deixou disposto a trilhar o restante da série. Sim, caros leitores, mesmo que eu já tenha conhecimento de tudo o que ocorre, não significou nada ao causar impacto em momentos que eu sabia que ocorreriam e fazer isso se tornar grandioso é sim um grande mérito.
E, além de trazer um roteiro primoroso, produção de qualidade e sem muito uso de CG no geral, também temos as atuações fortes do elenco. Se você acha que Pedro Pascal e Bella Ramsey farão feio, eles provam que está muito equivocado nas suas convicções. Particularmente falando, eu achei isso e fiquei boquiaberto com o Joel em determinadas partes. Na minha mente passava a frase “sim, é este o personagem do jogo” de tão bom que representou o papel.
Um começo fortíssimo
E não foram apenas os dois que brilharam em tela, com Anna Torv representando de forma bem forte a personagem Tess. Nico Parker como Sarah brilha tanto em tela que me deixa até mal não vê-la com mais destaque no futuro do seriado. Merle Dandrige como Marlene também passou uma humanidade impressionante como a líder dos Vagalumes e me gerou uma das poucas risadas que eu não sabia que precisava durante o episódio.
Vamos ser sinceros, a série não tenta ser um drama como The Walking Dead nem representa a galhofa que se tornou Resident Evil. The Last of Us é uma história humana sobre pessoas que precisam fazer escolhas a todo momento para continuarem vivas. Isso enquanto o mundo está repleto de criaturas zumbificadas tentando ao máximo expandir sua própria espécie. As coisas são sérias e tem um peso maior, naturalmente.
Dito isso, rir em determinadas cenas se torna algo bacana e não foi aquele tipo de “piada forçada”, como temos o costume de enxergar e reclamar. Porém, são situações comuns que geram o humor justamente por terem uma natureza mais cotidiana. Não explicarei mais porque quero que vejam por si, mas me atingiu bem forte estes fatores para aclamar o nível de produção que assisti na noite de ontem.
Sendo bem sincero com vocês, posso estar enganado e tudo isso se tornar um grande desastre televisivo no decorrer dos episódios. Ainda assim, o que assisti ontem me mostrou que é um início tão impactante e cheio de emoções que dificilmente acredito que sairá dos trilhos. É uma aposta alta, tanto da PlayStation Studios, da Naughty Dog e da HBO de trazer uma das histórias mais fortes dos games para a TV. E, até onde eu vi, promete tomar 2023 de assalto.
The Last of Us está sendo exibido pela HBO Max todos os domingos, a partir das 23h.
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