Partindo para a reta final de The Last of Us, Joel e Ellie finalmente estão a caminho para chegar ao grand finale da trama. Para isso, o primeiro objetivo é completado e o protagonista finalmente encontra o seu irmão, Tommy. No entanto, nem sempre os seus planos se sairão como o esperado e ele se vê de frente a um novo dilema que complicará um pouco mais as coisas.
Tirando os personagens um pouco da rota de perigo e colocando-os na segurança de um local sem pessoas afetadas pelos fungos nem qualquer ser humano querendo matá-los, o enredo agora faz questão de se aprofundar um pouco nas relações entre eles e definir cada ponto antes da grande história ser encerrada.
Mostrando que todos ali tem um pouco mais a oferecer e até dando aos fãs um vislumbre do futuro, o capítulo é responsável por finalmente dar um direcionamento para cada um dos heróis dessa saga. Ellie e Joel começam a ter conversas mais sérias sobre sua jornada, Tommy demonstra que nem todos ficam parados no tempo e mais tornam essa experiência mais densa para tudo o que foi apresentado.
O crescimento de The Last of Us
Para aqueles que já jogaram The Last of Us, a chegada de Tommy na trama indica que realmente a trama está se encerrando. O irmão de Joel serve para mostrar o último ponto seguro, o lugar onde eles sonharam em estar e ainda assim tem de seguir para mais um lugar antes de poderem repousar.
Discutir sonhos, o cotidiano antes dos fungos e como se vivia a vida comum em sociedade se tornam um holofote dentro da trama. Afinal de contas, sem a matança, medo e todo o tipo de ameaça que encontraram, quem são eles? Até mesmo a história de Sarah acaba vindo à tona, mostrando que Ellie precisa definir bem o seu papel na vida de Joel.
Particularmente falando, eu adorei a experiência de vê-los fora de perigo e tendo de lidar com todas as questões que os acompanharam até o momento. O que não foi dito em The Last of Us será, assim como as coisas que ficaram subentendidas começarão a vir à tona. Mais do que um capítulo de transição, ele foi essencial para estabelecer como será o ritmo final e o que suas decisões impactarão no futuro.
Mais do que encaminhar as coisas para o fim da primeira temporada, ele também serviu para o que veremos a partir da segunda. Com o seriado renovado, Neil Druckmann e Craig Mazin decidiram dar um pequeno vislumbre das coisas que virão por aí, de forma não tão sutil assim, mas consciente. O famoso “fanservice” sem forçar a barra. No entanto, fazer isso em um ponto tão relevante para a história sem estragar nada mostrou coragem e uma delicadeza sem tamanho.
O nível não decaiu
O que eu mais andei achando surpreendente no trajeto destes seis episódios foi o fato de que, mesmo sabendo o final através dos videogames, as coisas ali ainda impactam. Pedro Pascal como Joel é de um tamanho que nem mesmo O Mandaloriano carrega. E olha que o Baby Yoda é carismático ao extremo. Bella Ramsay também não fica para trás, mostrando que a pré-adolescência é uma fase complexa, mas bem intensa e que tem suas peculiaridades para enriquecer a história que estão.
Ela não interpreta o tipo de criança que fica calada e aceita tudo o que vê. Sua predisposição é um dos trunfos de The Last of Us, considerando que ela fala e até debate as coisas que acha errado de forma livre na frente de Joel, sem perder o ponto de que está se divertindo com algumas coisas e encantada ao ver mais do mundo fora dos esconderijos dos Vagalumes. O ritmo dos dois juntos é diferente, se unindo e transformando a forma como as coisas se desenvolvem.
Faltam apenas três episódios, com o próximo sendo chamado de Left Behind. O nome da expansão do primeiro game não é à toa, já que finalmente saberemos o que aconteceu no passado de Ellie e a levou até Marlene. E assim nos aproximaremos um pouco mais da jovem, que até agora permaneceu um mistério enquanto seu charme carregava a trama para frente. E compreenderemos um pouco mais do que rolará nos eventos finais do seriado.
Sendo bem sincero com vocês, caros leitores, eu não acreditei que veria uma produção do nível que está sendo nos apresentado. Achei que em algum momento cairia o nível da direção, do roteiro e até mesmo da atuação. No entanto, estamos vendo seis episódios seguidos com um ritmo que se aproxima do ideal para algo do gênero. Isso não eleva o patamar apenas das adaptações de games, mas da forma como as histórias são contadas atualmente.
A HBO sabe a qualidade que carrega, no entanto trazer o game para as telinhas foi um acerto que dificilmente se repetirá. Mesmo que ainda faltem poucos episódios para ser encerrada a primeira temporada, não acredito que aqui eles perderão a mão. Tudo indica que teremos um grandioso season finale e ainda falta um passo para Ellie e Joel se aproximarem de seu destino. E é aqui que as coisas ficarão ainda maiores.
The Last of Us está sendo exibido pela HBO Max todos os domingos, a partir das 23h. Veja mais em Críticas de Séries!