E se os jogos tivessem o poder de te mudar? Mudar o que você pensa, o que você sente, como você enxerga? Esta é a impressão que tive de To The Moon, da produtora indie FreeBird Games. Sem pretensão alguma de estourar como um blockbuster, a produtora investiu em uma narrativa ímpar. Na linha de filmes como “Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças”, o conto To The Moon se passa em torno de um velho moribundo. Mais precisamente em seu último desejo: Ir para a lua.

O jogador controla dois doutores: a profissional e “séria” Dra. Eva Rosalene e o não menos competente, mas “engraçadinho”, Dr. Neil Watts. Eles trabalham em uma empresa que concede desejos a pessoas que estão à beira da morte.

To The Moon | Review: Quando um simples jogo toca o seu coração

Tudo funciona com uma máquina, que é ligada ao cérebro do paciente e aos doutores. Ao contatar o cliente, um velhinho chamado apenas de Jonnhy, a dupla tem de retornar a cada lembrança importante do paciente, até sua infância. E é neste mundo lúdico que se passa a aventura.

A cada capítulo ou memória, o jogador se depara com diálogos extremamente simples e ao mesmo tempo profundos. Conversas que nos lembram do dia a dia, de fatos corriqueiros da vida, dos desejos que buscamos ou que procuramos atender em prol de outra pessoa.

Com quebra-cabeças simples, elementos de humor e uma interface ingênua no estilo de RPG’s 16 bits, o título esbanja carisma. Tanto que passei a maior parte do tempo em que me aventurava no singelo mundo virtual do game, sorrindo.

O que quero dizer é: O importante está em cada palavra, na conexão da história entre uma memória e outra e, principalmente, na mensagem “humana” que o game passa.

Não espere toneladas de ação e nem um título com gráficos surpreendentes. Neste caso, a boca fica aberta pela história.

É difícil comentar sobre To The Moon, pois qualquer detalhe a mais pode oferecer algum spoiler da história, dos personagens bem montados ou de como o jogo pode tocar uma pessoa, uma vez que tudo é muito bem escrito e montado. Mas não se trata de apenas uma novela em que o jogador só assiste. A participação e ações são cruciais e fazem com que a gente se sinta dentro do mundo sutil deste pequeno jogo.

To The Moon | Review: Quando um simples jogo toca o seu coração

No final das contas, a narrativa não conta apenas uma história sobre John, os doutores e as pessoas que estiveram a sua volta durante a sua infância, idade adulta e velhice. Mas sim, conta uma história sobre nós mesmos.

Cada uma das pessoas que separou com preciosidade uma parcela de seu tempo para ouvir um belo conto. Daquelas histórias que a gente devora e fica sedento para saber o final. Fato que faria com que este título também se tornasse um excelente livro, caso fosse transportado para a mídia impressa.

Poucos games conseguem o feito de fazer com que você se lembre e reflita sobre, até muito tempo após terem sido jogados. To The Moon é um exemplo nato deste feito. Mais um daqueles títulos para a “caixa da significância”. Em companhia de Journey, Harvest Moon e alguns outros.

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Onde encontrar To The Moon: Steam | Site Oficial

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