Chegamos ao final da primeira temporada de A Casa do Dragão com um saldo bem positivo do seriado e, sem sombra de dúvidas, carregando consigo um dos melhores roteiros de 2022. Se na semana passada focamos na jornada de Alicent para coroar seu filho como o rei de Westeros, neste vemos exclusivamente o lado de Rhaenyra como a mulher que teve o seu trono usurpado.

Porém, não apenas isso, ela também vê os homens que juraram lealdade à sua causa querendo dominar a maré das decisões e precisa se impor. Apenas uma dúvida segue em seu coração: completar o desejo de seu pai e da Canção de Gelo e Fogo de buscar a paz ou tomar o que é seu por direito? Enquanto sua escolha vai sendo moldada pelos acontecimentos, vimos um primor de história sendo contada.

Achei impressionante como dá para enxergar claramente o quanto todos são reféns do acaso, sabendo que ambos os lados erraram e tem sua parcela de culpa neste conflito todo que está por vir. Se não é um dos lados que faz besteira, é o outro e, quando não são ambos, é o destino botando sua mão pesada sobre uma família que tinha tudo para governar aquelas terras e buscou uma guerra consigo mesma.

Os Targaryen tinham tudo para serem bem-sucedidos

Só o começo para A Casa do Dragão

Creio ser impossível ver este décimo episódio de A Casa do Dragão e não perceber o quanto os detalhes importam para toda a narrativa. Consegui ver sem nenhum spoiler, o que tornou a experiência ainda mais completa, porém está muito claro o que vai rolar em cada pequena cena entre determinados personagens.

Olhares, toques de mão, palavras que não são ditas e todo o poder de atuação de Emma D’Arcy, Matt Smith e os demais componentes do elenco brilham tanto que chega até mesmo a ofuscar momentos onde os dragões que deviam brilhar. Volto a falar aqui, Ewan Mitchell como Aemond Targaryen é incrível e mostra que sua atuação bate de igual com a qualidade dos demais.

Além disso, os efeitos visuais não são tão destacados assim, principalmente pela maior cena de ação que temos no capítulo 10 estar entre nuvens carregadas de chuva e trovões. Confesso que isso me tirou um pouco da profundidade que o material merecia. Como a sequência da batalha de Winterfell contra os Caminhantes Brancos em Game of Thrones, qual foi completamente filmada de forma escura. Podiam ter feito melhor, diga-se de passagem.

Essa é nossa visão na maior sequência de ação deste episódio

Apesar disso, quando A Casa do Dragão precisa mostrar serviço, dá para ver que a HBO caprichou nos pontos obrigatórios. Enquanto todo o segmento rola entre nuvens, na hora do desfecho vemos todo o poder que esperávamos de uma série desta. Os répteis dominam os céus e isso ficará ainda mais claro a partir do próximo ano. Se neste vimos amigas se tornando grandes inimigas políticas e uma intriga inteira entre a família se formando, na próxima não teremos mais essa “tranquilidade”.

Se isso será bom ou ruim, veremos no futuro, mas por enquanto é o que tudo indica para o futuro destes personagens. Nós já sabemos o que acontece ali, vide quem é fã de GoT e sabe a razão de Daenerys estar sozinha no futuro e ser uma das últimas sobreviventes de sua própria família, além da ausência de dragões por toda Westeros antes dos seus ovos chocarem. Porém, este toque que a emissora deu aos seus personagens e trama ultrapassou o esperado.

O nível de atuação e do roteiro estava altíssimo

Balançou, mas não caiu

Confesso que assisti tudo esperando o momento que A Casa do Dragão fosse ruir. A experiência deixada pela série anterior ainda soava que cometeriam uma gafe gigantesca e que encerraríamos a temporada com algo muito errado. Me enganei, para a minha sorte, já que a forma como encerramos aqui nos diz muito sobre como acertaram o caminho e que mais coisas vão brilhar ali em breve.

Apesar disso, não sei se fui só eu, mas não senti aquela vibe de “season finale”. Dividir os dois últimos episódios foi um acerto de certo modo, mas no quesito sensação eu creio terem se equivocado neste final. Sem contar a última sequência de ação e toda a cena final com Rhaenyra, tudo me passou uma urgência menor do que eu tive do último episódio.

Um pequeno destaque para a melhor mesa de guerra que essa série já viu

Sabe, ver Westeros inteira se movendo, as traições, as perseguições…aqui temos apenas uma meia dúzia de nobres chegando à Pedra do Dragão para pensarem em uma estratégia de guerra. Daemon até tenta movimentar as coisas, mas nem ele consegue dar um sal em grande parte deste episódio. Se não fosse o grande embate, eu teria ficado bem chateado com o que apresentaram ali.

No fim das contas, tudo foi magnífico e mostrou que essa será uma das maiores obras midiáticas dos próximos anos. Pois é, acredito que em pouco tempo veremos mais fãs do que Game of Thrones tinha e isto é assustador. Pequenos tropeços não abalam a importância que o roteiro e a atuação carregaram e, caso não tenha dado uma chance, por favor assista e se impressione conosco. Que venha a segunda temporada, com Fogo & Sangue de verdade agora.

Todos os episódios da primeira temporada de A Casa do Dragão estão disponíveis na HBO Max. Veja mais em Críticas de Séries!

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