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Halo – Episódio 2 | Crítica: O despertar

Após uma ótima primeira impressão, Halo começa a mergulhar nas entranhas de sua lore e começa a mostrar que há coisas bem mais sinistras rolando ao redor de nosso herói. Neste episódio vemos Master Chief enfrentando as consequências de escapar da UNSC e começar a questionar tudo o que viveu até ali dentro da organização militar. Se o episódio anterior mostrou ele em ação, este serviu mais para revelar onde está pisando.

Se recordando de um companheiro Spartan que fugiu, ele segue em direção a uma cadeia de asteroides em busca de respostas para compreender melhor a situação que se meteu. Ao lado de Kwan, ele tenta saber o que realmente é o artefato que carrega e a razão dele mostrar pedaços de sua memória perdida. Com toda a galáxia caçando os dois, isso não será tão fácil assim de obter e antigos aliados surgem em meio do caos.

A única coisa que tenho a dizer para os desavisados é que, no segundo capítulo, não há a ação que esperam que aconteça. Enquanto o anterior foi responsável por apresentar esse universo e suas habilidades, este oferece um contexto para tudo que aconteceu e pode acontecer daqui em diante. Por mais que seu ritmo seja um pouco mais parado, não se engane em relação ao que estão propondo. Isso será muito importante para o que está prestes a ocorrer nos próximos.

Nada de ação para o Master Chief hoje

Todo um contexto para Halo

O ritmo do episódio 2 de Halo é muito mais tranquilo devido a toda essa contextualização dos eventos. Temos o retorno de debates militares, consequências políticas e até flashbacks mostrando eventos interessantes com os personagens que estamos conhecendo. Algo importante que temos de salientar aqui é que você deveria esquecer dos jogos da franquia, definitivamente, caso queira investir seu tempo assistindo a série da Paramount+.

Digo isso de todo coração, justamente por ser outro fã da franquia. Pelo que vi aqui, o caminho “final” desta trama será semelhante ao que vimos nos videogames. Não direi qual é a principal ameaça para aqueles que não jogaram, a fim de evitar spoilers desnecessários. Porém, acredito que ela será a mesma daquela vista em Combat Evolved, primeiro título lançado no Xbox. O que muda nisso tudo? O miolo. É aí que entra uma das partes mais importantes e que mudam tudo para os telespectadores.

Quando você compra um jogo da linha, você espera meter tiros em aliens, voar em naves em grandes perseguições, confrontar máquinas gigantes e impedir uma grande catástrofe. Só que, na TV, as coisas não funcionam assim. Isso não significa que essas coisas não ocorrerão, apenas que teremos outra forma de contar a história. Quando assistimos, temos de nos conectar com estes personagens e criar vínculos. Por isso há tanta discussão, imersão no background deles, explicações e até mesmo cenas quais questionam as coisas. É pelo mesmo motivo qual vimos Master Chief tirando seu capacete e revelando sua identidade.

Há mais formas de contar a mesma história

Se não fizer você se interessar por suas histórias e pelas intenções que carregam, Halo fracassaria de forma monstruosa. Neste sentido, eu coloco um voto de fé de que o caminho que tomaram é o correto e estou realmente gostando daquilo que vi em ambos os capítulos. A atuação do elenco continua muito boa, destacando aqui o papel da Dra.Halsey, interpretada por Natascha McElhone, no meio disso tudo. Dá para ver em seus olhos que há algo sendo tramado por trás de suas palavras e isso que te despertará dúvidas sobre qual lado ela está. Se é que não há um terceiro lado nisso tudo.

Outro que merece os parabéns é Pablo Schreiber, que vive o papel de Master Chief nas telinhas. Por mais que os fãs torçam o nariz pelo fato do herói estar sem o capacete por tanto tempo em tela, é extremamente perceptível o quanto ele transpõe também estar desconfortável com isso. De forma boa, lógico. Nos games nunca o vimos sem o elmo, faz parte de si. No momento que ele se sente confuso sobre toda a situação e o retira, suas expressões condizem perfeitamente com alguém que não faz ideia do que está sentindo ou pensando. Ele não está bem e está indeciso sobre ter agido corretamente, com Schreiber agindo de forma perfeita nessas condições.

Os efeitos visuais também continuam incríveis

Eles ainda seguram a sua atenção

Porém, como você pode perceber assistindo ao conteúdo, algumas respostas foram oferecidas e a trama começa a ser centrada no artefato que o herói carrega consigo. Não queria dizer nada a respeito, mas pelo visto teremos mais uma produção se agarrando a um MacGuffin para dar sequência aos eventos. Em um breve resumo, caso não seja habituado com o termo, é um objeto que é desejado por grande parte do núcleo e move as peças em sua caçada. Ele é o objetivo final, por assim dizer.

Vimos isso no Universo Cinematográfico Marvel, por exemplo, com a busca pelas Joias do Infinito por exemplo. Em Liga da Justiça, quando tentam encontrar as Caixas Maternas. Já em Halo, tanto os Covenant quanto a UNSC sabe que o artefato e Master Chief são “objetos” importantes para tudo isso e seguem atrás de ambos para os seus próprios planos. O problema começa quando ambos não parecem ter uma boa intenção nisso, significando que é bom Master Chief se posicionar o quanto antes. Não é aqui que isso ocorre, mas há um desenvolvimento interessante neste sentido.

Eu espero estar errado quanto a isso, mas pelo visto é o rumo que a série tomará a partir de agora. Os dois lados vendo que esta peça é decisiva para a guerra que estão travando e tentando botar as suas mãos nela para seus próprios fins. No meio disso, Master Chief vai ter de tomar uma decisão baseado no fato de nenhum dos dois estar certo nesse conflito todo. E é aí que eu acredito que entrará a personagem humana que está com os Covenant. Ela também parece saber que a espécie alienígena não cheira bem e sua decisão de ir atrás pessoalmente do herói e do objeto pode levar os dois a serem aliados. Quem sabe?

A humana junto aos Covenant pode se tornar essencial

Acima de tudo isso, acredito que a sua grande dúvida é se o seriado mantém o ritmo e continua entregando uma boa história. Neste ponto, posso te afirmar que sim. Mesmo com a falta de cenas de ação, temos a entrega excelente de recursos narrativos que deixarão o público ainda mais em dúvida do que está acontecendo ali e quais serão os próximos passos. Eu, com a experiência de ter jogado a franquia inteira no Xbox, suspeito que sigam o mesmo caminho, mas sendo sincero? Tudo pode acontecer. E não será um problema, se continuar sendo interessante.

Até aqui venho te garantir que Halo está seguindo por um caminho de pedras, que pode agradar ou desagradar os fãs e quem está curioso. O ponto que vimos nos dois primeiros episódios levam a grandes questões e mostram que a proposta pode sim dar muito certo. Ainda assim, é cedo afirmarmos que isso ocorrerá ou não, deixando aos próximos episódios responderem essa dúvida. Enquanto estiver legal assim, pelo menos a minha atenção eles terão.

O seriado está sendo exibido através da Paramount+, todas as quintas-feiras a partir das 5h. Veja mais em Críticas de Séries!

*Este texto é uma colaboração entre o NERDIZMO e o GAMERVIEW

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