Chegamos na segunda metade de Invasão Secreta e a conspiração começa a ficar ainda mais densa: com aliados sendo perdidos e certas verdades sendo reveladas ao público. Após impedirem um dos planos de Gravik, o alienígena agora toma a ação em suas mãos e está com um projeto ainda mais ambicioso: assassinar Nick Fury e também o presidente dos Estados Unidos. Com uma guerra em vista, ele não medirá esforços para atingir seus objetivos.
Na minha concepção, enquanto o primeiro episódio se mostrou um amontoado de cenas cortadas e sem entregar seu potencial por completo, o segundo e terceiro já acertaram mais no ritmo e mostraram aquilo que foi prometido: espionagem, dúvidas, um mergulho no passado do protagonista e a paranóia de não poder confiar em ninguém – ainda que algumas decisões pareçam clichê demais, até mesmo para a Marvel Studios.
No entanto, neste Episódio 4 vemos que não apenas tomaram o caminho para o clichê, como o abraçaram como se fosse salvá-los desta recente onda de críticas negativas sobre as suas produções. Voltar ao básico, previsível e encher tudo de ação nem sempre dará certo e eu acredito que este capítulo é um destes casos. Sem nenhum momento que realmente surpreenda, ele me soa como uma tentativa de incluir um combate maior dentro da trama – mas acaba apenas sendo apressado em seu desenvolvimento.
Correndo com a Invasão Secreta
Este será um dos poucos textos que escrevo aqui no Nerdizmo que contém spoilers, então caso esteja lendo antes de assistir ao episódio, recomendo que salve a página e volte a ler depois de ver a produção da Disney+. Dito isso, vamos debater um pouco a coleção de clichês que Invasão Secreta está amontoando consigo e como isso está afetando a obra em sua totalidade.
Que o General Rhodes era um Skrull estava óbvio, sendo o único Vingador a aparecer nos episódios do seriado. Me surpreende, no entanto, a Disney não ter o US$ necessário para trazer algum outro – para ao menos deixar o público em dúvida. Nem precisava ser o Capitão América, diga-se de passagem. O que me intriga de verdade é a razão dele ainda não ter vestido o traje do Máquina de Combate, mesmo para não ser descoberto em seu disfarce.
A suposta morte de G’iah me impactou no último capítulo, me fazendo acreditar que tinham desperdiçado a presença de Emilia Clarke no MCU. Porém, terem explicado o que realmente tinha acontecido me bastou para dar um ponto de fé naquilo que estavam contando – qual foi aniquilado ao cometerem um erro similar ao fim do capítulo, com a morte de um personagem que tinha tudo para ter mais histórias contadas sobre ele daqui em diante.
Não estou aqui para dar uma lição de roteiro aos escritores de Invasão Secreta e nem debater o caminho que a Marvel Studios decidiu tomar…mas já não tinham assassinado alguém importante para o Nick Fury ainda no primeiro episódio? A vingança já não estava sendo almejada? Então para que decidiram matar outro personagem aliado no meio disso, principalmente um que estava ativamente enriquecendo a história? Eu sei que tem a questão da Gi’ah e do presidente envolvidas, mas achei um desperdício sem precedentes.
Para não dizer que isso foi de todo perdido, eu ainda achei muito bacana contarem mais da história de Priscila e Nick Fury. Toda a construção do casamento que foi destruído no estalar de dedos de Thanos até os dias mais recentes foi montada de forma agradável e seu desfecho também satisfaz. Fora que Charlayne Woodard, a atriz que interpreta a esposa do espião, tem um talento ímpar de te deixar na dúvida sobre qual lado ela realmente está. Ao menos eu me senti “enganado”, devo confessar.
O que devemos esperar
Faltando apenas dois episódios para o fim da série, acredito que este seja o ponto onde a Marvel Studios perderá a mão em Invasão Secreta e vai pisar fundo no acelerador. Se este já foi corrido com uma sequência de ação que tomou metade do tempo de todo o capítulo, não acredito que os próximos serão tão diferentes assim ou até piores.
Ou seja, pode aguardar por longos confrontos. Abuso de CGI. Um grande embate onde veremos os personagens que estão ao lado de Nick Fury encurralados pelos alienígenas que estão buscando na Terra o seu lar definitivo. Eu quero muito estar enganado sobre isso, mas nós todos sabemos como o estúdio se comporta quando chega na reta final de qualquer coisa.
O que me preocupa é o excesso de potencial desperdiçado neste projeto. Não precisávamos de todos os Vingadores, mas aparecer apenas um é bem chato. A trama de Sonya Falsworth parece aleatória ali no meio do desenvolvimento do roteiro, apesar de achar que esta ainda tem um desdobramento vindo. Nem devo ter mais esperanças de rever Martin Freeman como Everett Ross nos próximos também, não é?
Eu sei que, como Guerra Civil, eu não deveria esperar por um grande evento. Nem era o que eu desejava, para ser bem honesto. Porém, torcia para que a Marvel Studios tratasse a obra como ela merecia e realmente jogasse na mesa um clima real de espionagem e de paranóia – onde nada pode ou deve ser confiado. E não é esta sensação que tenho, conforme vejo os diversos clichês que estão sendo abraçados. Se vai melhorar ou não, ainda teremos dois episódios pela frente para nos dizer.
Invasão Secreta está sendo exibida pela Disney+ todas as quartas-feiras, a partir das 5h. Veja mais em Críticas de Séries!