Chegando em sua reta final, Invasão Secreta claramente traz alguns altos e baixos durante a sua exibição a cada semana. Em alguns episódios, sou convencido de que há algo de valor para se apoiar e continuar assistindo. Em outros, sinto como se a Marvel Studios estivesse apertando no acelerador e atropelando qualquer desenvolvimento existente para o gênero.
No caso do Episódio 5, me surpreendi com o nível de profundidade oferecido nos pouco menos de 40 minutos. Depois de mais ação, mortes e de atingir até o presidente dos Estados Unidos, a produção desacelera um pouco mais e conta mais sobre os costumes Skrull, a vida pessoal de Nick Fury e Priscila e também nos dá um arco maior para os alienígenas que vivem escondidos na usina abandonada.
Ainda que esteja dividido entre os excelentes diálogos que acompanham desde o início com uma saga que devia abranger algo ainda maior do que nos foi entregue, o roteiro às vezes comete uma gafe ou se entrega ao clichê já conhecido do estúdio. E mesmo com o episódio sendo bom, falando de forma bem honesta, vemos o surgimento do famoso “MacGuffin” para encaminhar a história ao seu fim – sendo um dos maiores erros da Marvel no Universo Cinematográfico e se repetindo no seriado.
Enchendo Invasão Secreta ainda mais
Neste caso, o “MacGuffin” de Invasão Secreta é algo que já devia ter sido previsto no passado e faz parte de toda a discussão genética que estão abordando na série. Enquanto a Batalha de Nova Iorque entregou uma tecnologia fora do comum aos humanos e trouxe ainda mais confusão para ser arrumada…imaginem o que acontece com todo o sangue que foi derramado durante a guerra em Vingadores: Ultimato?
E não digo apenas dos vilões, mas não houve um herói que não tenha se ferido ali. Thor, Capitã Marvel, Pantera Negra, Homem-Aranha, Valquíria, Mantis e diversos outros tiveram todo o seu DNA espalhado por toda uma área. Considerando que a corrida por modificações já começou, não é de se estranhar que Nick Fury tenha se antecipado e retirado todo este material do alcance dos vilões. Porém, Gravilk sabe disso e almeja botar as mãos nos poderes que pertencem aos demais super-heróis.
E é nisto que reside o grande erro do MCU. Já tivemos inúmeros MacGuffin em todos os quatro grande arcos das produções do estúdio. O Tesseract, as Jóias do Infinito, as partículas Pym, a erva-coração, o livro de Vishanti, o óculos E.D.I.T.H. e o escudo do Capitão América são apenas alguns exemplos de itens que foram alvos de personagens de ambos os lados de diversas histórias. Para cobrir a motivação de guerra, incluíram um novo que, sendo bem sincero, é extremamente desnecessário no contexto apresentado.
Em contrapartida, Invasão Secreta trouxe uma abordagem maior em personagens como G’iah, Priscila e até mesmo Sonya Falsworth. Um pouco tarde, temos de combinar, mas ainda assim foi muito legal de assistir estas ganharem mais tempo de tela. Nem mesmo o ataque ao Gravik e todo o caminho trilhado por Nick Fury ofuscou os holofotes e achei essencial para movê-las adiante não apenas na série, mas em todo o MCU daqui em diante.
A intenção é preparar tanto os heróis e vilões quanto o público para o grande final na próxima semana. Considerando que são seis episódios, o fim está próximo e não sabemos o que está por vir. Se fosse cogitar algo, diria que teremos algum indício do Quarteto Fantástico – principalmente pelo Super Skrull ser um vilão próprio da equipe. No entanto, não jogue suas expectativas no alto e apenas aceite o que vier na próxima semana.
As questões sem resposta
Ainda que tenha mais um episódio por vir, me deixa completamente abismado que algumas perguntas não tenham sido respondidas até aqui. Um grande exemplo disso é o que tem motivado muita gente a continuar assistindo o seriado: desde quando Rhodes é um Skrull? Afinal de contas, será que ele sempre foi Raava? Ou o trocaram em algum momento chave de todo o MCU? Não saber se o original ao menos compareceu ao enterro de Tony Stark é um peso grande demais para se reservar ao fim.
Outras questões que Invasão Secreta deixa em aberto é se veremos o envolvimento de qualquer um dos Vingadores dentro da saga. Com uma Terceira Guerra Mundial na porta de todos e o risco de extinção sendo exposto…será que nenhum deles se movimentaria, nem que seja por impulso? Sei lá, temos o Capitão América que sempre teve um viés político para questões como essa. Wakanda não teria descoberto nada com sua inteligência ou tecnologia? E Wong, que se mantém como Mago Supremo?
Isso inclusive é discutido dentro do roteiro, porém Nick Fury afirma não ter chamado qualquer um deles por ser uma questão pessoal. Afinal de contas, quem arriscaria a sobrevivência na superfície terrestre e a existência de sua própria espécie se apoiando nisso? Enfim, eu compreendi as razões apresentadas pelo script – porém, concordar com elas é outra história. Ao menos não é assim que ele deveria agir, diga-se de passagem.
Eu sinceramente espero que o fim responda e traga novas observações para tudo isso, ainda mais porque não há nenhuma outra produção grande com eles à vista. The Marvels lidará com três heroínas simultaneamente, então não creio que Nick Fury ou os Skrulls tenham um papel muito grande por lá. Thunderbolts, Capitão América: Admirável Mundo Novo e Blade também são improváveis de moverem muito toda a máquina – se incluirmos Deadpool 3, isso nem entra em discussão. Logo, é bom trazerem algo que soe como o “suficiente” antes de seguirem em frente.
Invasão Secreta está sendo exibida pela Disney+ todas as quartas-feiras, a partir das 5h. Veja mais em Críticas de Séries!