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A Menina que Roubava Livros | Crítica

A Menina que Roubava Livros – Crítica

A Menina que Roubava Livros trata de um assunto já bastante debatido nas histórias de ficção: a Segunda Guerra Mundial. Mesmo o tema já ter sido retratado em grandes filmes, como O Pianista, A Lista de Schindler, A Vida é Bela, O Diário de Anne Frank e tantos outros, a adaptação do livro do australiano Markus Zusak sugere um novo ponto de vista: como os alemães menos abastados lidaram com as imposições de Adolf Hitler?

Na história, a personagem central, Liesel Meminger (Sophie Nélisse) – cuja mãe comunista foi raptada por militares –, é levada junto de seu irmão a um subúrbio alemão no qual encontrará seus pais adotivos, Hans e Rosa Hubermann (Geoffrey Rush e Emily Watson), que buscam por uma pensão.

Antes de chegar ao local, o irmão mais novo de Liesel é levado pela morte – a narradora da história, cuja função é recolher sem trégua a alma de todos aqueles que deixam a vida. Sua obsessão por livros inicia no enterro do irmão, quando o coveiro deixa cair na neve o livro “O Manual do Coveiro”, e ela o toma para si.

a menina que roubava livros

Sem saber ler e escrever, o bondoso Hans passa a ensinar a garota usando livros e um incrível dicionário alojado nas paredes do porão. Cada palavra aprendida por Liesel era escrita em giz na parede como uma forma de fixar na memória. O que é um ótimo método para quem quer aprender uma nova língua, diga-se de passagem. Como sabemos, na Alemanha de Hitler, apenas os arianos tinham um lugar a salvo e os livros e a cultura deveriam ser banidos da sociedade.

O filme mostra como até as crianças foram corrompidas pelas ideias preconceituosas do militar austríaco. A empolgação era visível no riso ingênuo e na animação delas ao sair gritando pelas ruas alarmando que a guerra havia começado.

Vestida com farda cáqui com uma suástica desenhada na manga esquerda, Liesel ia para uma escola nazista, sofria preconceito, lidava com as amarguras de sua mãe adotiva e mantinha uma amizade com o vizinho Rudy Steiner (Nico Liersch) – um garoto loiro de bom coração, como a própria Morte se refere a ele.

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Ao longo dos quatro anos em que viveu com os Hubermann, Liesel roubou (pegou emprestado como ela prefere dizer) diversos livros e aprendeu lições com eles. Durante esse tempo, eles acolheram um judeu chamado Max (Ben Schnetzer), por conta de uma promessa que Hans havia feito no passado e Liesel criou uma relação fraternal com ele.

Enquanto ele ajudava a garotinha a explorar palavras para descrever situações e lugares, ela o ajudava a não enlouquecer enquanto permanecia preso em um porão sem a oportunidade de ver os dias pálidos que se passavam do lado de fora. O bom coração do velho Hans, porém, tenta ajudar um vizinho judeu que está sendo levado e acaba advertido por um soldado alemão. Isso traz complicações para a família e faz com que Max tenha que abandonar a casa.

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Essas agressões são parte das inúmeras atitudes de soldados nazistas da época. O respeito às diferenças passou longe daqueles tempos e essas histórias servem para relembrarmos que o que corrompe o mundo e transforma tudo em desgraça é não aceitar o que o outro pode ter de diferente. Quando acreditamos que somos superiores por pensarmos ou agirmos de certa maneira, estamos compactuando com os mesmos ideais de Hitler.

A Menina que Roubava Livros é mais um desses aprendizados. Traz uma mensagem humana e bela, mesmo que contada pela morte. A carga de tristeza do filme se torna branda pela narrativa “amigável” deste ser do além. Afinal, hora ou outra, todos vamos morrer…

Nota: 5/5

5estrelas

meninaqueroubava_1A Menina que Roubava Livros

Diretor: Brian Percival
Duração: 2h11
Elenco: Geoffrey Rush, Emily Watson, Sophie Nélisse
Gênero: Drama
Lançamento: 31 de janeiro de 2014

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1 Comentário
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Joyce Barbosa
Joyce Barbosa
10 anos atrás

O ruim do filme foi que eles cortaram partes importantes e muito maneiras do livro.

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