Quatro pessoas viverão a partir de outubro de 2025 uma experiência que poucos imaginariam ser possível na Terra: passar 378 dias consecutivos dentro de um habitat que simula as condições de Marte. A missão, chamada CHAPEA 2 (Crew Health and Performance Exploration Analog), é a segunda de uma série de estudos da NASA que buscam entender como os humanos reagiriam a uma missão real ao planeta vermelho, do confinamento prolongado à escassez de recursos.
O grupo selecionado é formado por Ross Elder (comandante e piloto de testes da Força Aérea), Ellen Ellis (médica da missão e coronel da Força Espacial), Matthew Montgomery (oficial de ciências com experiência em robótica) e James Spicer (engenheiro de voo especializado em comunicações por satélite). Juntos, eles habitarão o Mars Dune Alpha, um espaço de 158 m² impresso em 3D localizado no Johnson Space Center, em Houston.
Lá dentro, enfrentarão rotinas desafiadoras: cultivo de alimentos, operação de robôs, simulações de caminhadas marcianas e testes com equipamentos projetados para viagens espaciais profundas. Tudo sob condições propositalmente adversas, como falhas de comunicação, limitações de suprimentos e até mesmo imprevistos técnicos.
A missão não é apenas uma simulação de sobrevivência, mas um laboratório vivo para desenvolver tecnologias e protocolos que um dia poderão salvar vidas em Marte. Instrumentos médicos autônomos, sistemas de reciclagem de água e técnicas de agricultura em ambientes controlados estão entre os focos de estudo.
Esta é a segunda edição do CHAPEA, a primeira ocorreu em julho de 2024. De acordo com Sara Whiting, cientista do projeto, esses experimentos em terra são fundamentais para criar um roteiro seguro e eficiente para a exploração humana de Marte. O sucesso dessas simulações pode definir como serão as primeiras missões tripuladas ao planeta vizinho, e como manteremos esses exploradores sãos e produtivos longe de casa.
Veja mais sobre ciência.