Engenheiros iniciaram a construção do maior reator de fusão do mundo, que fica no sul da França. Segundo informações do jornal The Guardian, ele começa a operar em 2025.

Este projeto, chamado de ITER, é um esforço internacional de colaboração entre 35 países com enormes ambições: provar a viabilidade da energia de fusão com um gigantesco dispositivo magnético chamado “tokamak”, conforme diz o site oficial.

“Permitir o uso exclusivo de energia limpa será um milagre para o nosso planeta”, disse o diretor-geral do ITER, Bernard Bigot, durante a celebração virtual, conforme citado pelo The Guardian.

O poder da fusão funciona com o aproveitamento da energia liberada por dois núcleos atômicos mais leves, fundindo-se para formar um núcleo mais pesado e transformando-o em eletricidade.

Se houver provas de que é econômico criar energia assim – ou seja, se a máquina gerar mais energia do que é necessário para iniciar o processo – a tecnologia poderia lançar as bases para uma maneira totalmente nova de gerar energia limpa quase ilimitada em escala comercial.

Há também o fato de que a energia de fusão seria muito mais segura que a energia nuclear de fissão convencional, já que não há risco de colapso ou sobras de resíduos nucleares.

No entanto, o plasma extremamente quente dentro dos reatores de fusão é conhecido por ser difícil de prever e controlar. Isso tornará o ITER em algo extremamente complexo.

O maior reator de fusão terá um núcleo com temperaturas cerca de dez vezes a do centro do sol

Seu reator final pesará 23.000 toneladas, incluindo 3.000 toneladas de ímãs supercondutores conectados uns aos outros por 200 quilômetros de cabos supercondutores, os quais devem ser mantidos resfriados com criogenia a -269 graus Celsius.

“Construir a máquina peça por peça será como montar um quebra-cabeça tridimensional em uma intrincada linha do tempo [e] com a precisão de um relógio suíço”, acrescentou Bigot.

A equipe quer gerar 500 megawatts – apenas um pouco da produção da menor usina nuclear americana atualmente ativa – a partir de uma entrada de apenas 50 megawatts.

As temperaturas atingiriam dez vezes a temperatura do centro do Sol, segundo o site oficial do ITER.

O ITER pode ser um grande esforço internacional para tornar a energia de fusão uma realidade, mas não é o único. Um grande número de startups de fusão nos EUA e no exterior estão tentando transformar a fusão em uma fonte comercialmente viável de energia.

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