Durante uma expedição na Carolina do norte, em 28 de maio de 1900, o mágico e inventor britânico Neil Maskelyne gravou o primeiro filme de um Eclipse Solar da história.

Em uma época que o cinema estava começando a engatinhar, Maskelyne assumiu o desafio de gravar o fenômeno adaptando um telescópio em uma câmera cinematográfica. De acordo com pesquisadores, o item foi fabricado por conta própria.

A gravação com duração de pouco mais de um minuto revela o fenômeno astronômico, mostrando o Sol coberto pela sombra da Lua no exato momento em que o satélite natural passa entre a Terra e o Sol.

“O efeito similar ao de um anel de diamante da coroa lunar afeta a exposição da imagem em sua totalidade. Maskelyne foi capaz de mudar a exposição e a abertura da câmera conforme o evento ocorria, traçando o efeito de desaparecimento gradual da coroa no aumento da luz solar”. comenta Bryony Dixon, curador do BFI.

O filme é resultado de uma segunda tentativa do mágico de capturar um eclipse. Em 1898, ele viajou até a Índia para grava-lo, e conseguiu, mas o filme foi roubado durante a viagem de volta.

A filmagem foi exibida em 1900 no teatro de Maskelyne como parte de um programa de mágica e atos de ilusionistas.

A entidade filantrópica Britsh Film Institute (BFI) em parceria com a Royal Astronomical Society recentemente restaurou e digitalizou o arquivo em 4K.

Hoje ele está disponível online como parte do projeto Victorian Film, no qual 500 filmes feitos entre 1895 e 1901 foram oferecidos ao público pela primeira vez em celebração do 200º aniversário da Rainha Vitória.

Enquanto pudemos acompanhar o fenômeno em 2017 através de vários de veículos nas mídias sociais, há 120 anos havia apenas uma maneira transmiti-lo.

Agora, em apenas um clique, o filme poderá chegar até milhares de pessoas, em um número infinito de cópias perfeitas, em poucos segundos. Algo que seria considerado em 1900 como uma forma de mágica.

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