O último episódio de O Pacificador não apenas entregou tudo o que prometeu, como consolida o personagem ao lado de todo o panteão do DCEU de forma impressionante. Você pode até reclamar da direção de James Gunn, porém o diretor acertou aqui da mesma forma como fez em Guardiões da Galáxia e O Esquadrão Suicida, trazendo conteúdo de qualidade, repleto de emoção e cenas épicas.
Neste grande final, o grupo está focado no objetivo de destruir a tal “vaca”, responsável por alimentar uma raça alienígena aqui no planeta Terra. Essa investida é digna dos melhores filmes de ação que viu nos últimos anos, trazendo muito tiro, porrada e bomba para o seu desfecho. Não contentes na batalha contra o Dragão Branco no episódio anterior, agora eles confrontam uma espécie inteira que está contra a parede sob o risco de extinção.
Nas últimas críticas eu até comentei que estava temendo pelo conteúdo estar mais voltado ao drama e às cenas de ação, mas sobre isso pode esquecer. O humor e cenas absurdas típicas do início da temporada retornaram e ajudam a dar mais profundidade a certos personagens, pulando toda aquele climão típico de novela mexicana e voltando tudo aos eixos em poucos diálogos. E não pense que eles não rolam, porque temos alguns bem importantes, porém o tempo não é perdido de forma desnecessária e isso foi executado de forma excelente.
Os momentos finais de um anti-herói
Devo elogiar a DC e a Warner por ter investido um dinheiro legal neste final de O Pacificador, garantindo cenas impressionantes e que não soam tão esquisitas se compararmos com a própria situação no geral. A primeira série oficial do DCEU não é apenas um dos melhores materiais vistos na HBO Max, como também entra no hall do próprio universo cinematográfico dos super-heróis.
Se compararmos com a Marvel, ouso até dizer que ele supera materiais premiados e aclamados pelos fãs. Vamos combinar, se Guardiões da Galáxia é elogiado até os dias atuais, aqui você encontra o mesmo espírito e ainda conta com a liberdade de poderem se expressar de forma que não se prenda à classificação indicativa. Amaria soltar um spoiler para vocês, coisa que não farei, mas em lugar nenhum você verá uma certa participação especial que foi prometida soltar um palavrão nitidamente como aqui. É o tipo de cena que você para e pensa que valeu a pena.
E falando em spoilers, aconselho você a pular as redes sociais até conseguir assistir ao episódio. Não que tenha muita coisa que aconteça, com ele por completo focando na batalha final e nas suas consequências. Porém, há a tal participação do Universo DC e alguns fatores que vão gerar surpresas para quem acompanhou até aqui. É pela mesma razão que não vamos focar tanto no enredo, que está genial, mas sim na produção.
Isso facilita a compreensão de que ele serve apenas para oferecer os desfechos necessários para a trama ser amarrada. Ainda que uma segunda temporada tenha sido anunciada já, aqui eles não focam nisso e temos de combinar que isso é importantíssimo para não deixar aquelas pontas soltas que incomodam a todos. Longe das amarras do estúdio, não temos aqui um episódio que abra mais narrativas do que encerre-as. O fanservice existe, porém é bem contido.
Pacificador e suas virtudes
Uma das partes mais bacanas foi uma própria reavaliação do Pacificador sobre suas motivações. Quando o vimos em O Esquadrão Suicida, ele era um personagem responsável capaz de matar a todos para atingir o seu objetivo. Quando a série é encerrada, este não se torna mais o caso. A paz é mesmo algo que deve ser buscado a qualquer custo ou mais vale outras atribuições?
Outro personagem que finalmente ganha uma dimensão maior e tem a sua importância nisso é Economus. Após ser deixado de lado por sete episódios completos, resumido apenas às cenas cômicas e cometendo erros para a equipe, ao menos no último ele acerta demais e demonstra a sua importância dentro do elenco. Você pode assistir e até discordar, mas fora o próprio John Cena, ele é a outra estrela do grand finale.
E quer saber o que isso significa para o futuro do DCEU? Com o perdão da palavra, m#rd@ nenhuma. James Gunn nem tinha essa intenção, se formos parar para analisar tudo. Não é como o Universo Cinematográfico Marvel que se sente na obrigação de puxar elementos em excesso das demais produções. A série serve apenas para ser divertida e trazer à luz um personagem negligenciado pela sua editora. E nestes dois fatores, ela acerta de forma grandiosa.
Sem pretensões, peso do estúdio nas costas e com um punhado de personagens terciários, esta foi a fórmula do sucesso que se repete na mão do lendário diretor. O elenco também agiu de forma espetacular e ouso dizer que há espaço até para lágrimas neste último capítulo, mostrando que com os atores certos podemos nos importar com qualquer personagem que apareça na tela. Se desejo mais disso? Com certeza. Porém, vamos permanecer na leveza e sem botar o peso da hype que a viagem continuará espetacular.
O Pacificador está com todos os episódios disponíveis através da HBO Max. Veja mais críticas de filmes e séries!