Após o escândalo protagonizado pelo Facebook envolvendo dados de usuários para manipular as eleições, o mundo ficou em alerta sobre como a empresa ameaça a democracia.
Os testemunhos de profissionais de tecnologia, que desenvolveram ferramentas dentro das empresas de redes sociais, como mostra o documentário Dilema das Redes, lançado recentemente pela Netflix, nos alerta sobre como o Facebook tem poder nos rumos sociopolíticos do mundo inteiro.
Yaël Eisenstat, ex-analista diplomata da CIA e oficial de serviços estrangeiros, traz uma análise pertinente sobre essas questões em um palestra para o TED: “Caro Facebook, é assim que você está destruindo a democracia”.
Eisenstat vê o colapso civil como a maior ameaça à democracia. Após trabalhar 18 anos no mundo da segurança nacional, atuando também como conselheira da Casa Branca, ela se preocupa especialmente em como o Facebook contribui para a polarização política, o ódio e a divisão social.
“Mentiras são mais envolventes online do que a verdade. Enquanto os objetivos dos algoritmos [das redes sociais] nos manterem engajados, eles nos alimentarão com o veneno que ataca os nossos piores instintos e fraquezas humanas”, diz.
Quando contratada para chefiar uma equipe de proteção à integridade da publicidade política do Facebook para as eleições do mundo todo, Eisenstat tentou implementar mudanças significativas em como a empresa lucra com a segmentação de seus usuários. Obviamente, suas ideias não foram aplicadas, e o trabalho durou apenas 6 meses.
No vídeo abaixo, a especialista contrasta a civilidade com a cultura do ódio que os algoritmos do Facebook fomentam. Observa como o processo de personalização inflama a polarização e como as redes sociais nos manipulam e nos radicalizam.
Eisenstat envia uma mensagem ao Facebook com sugestões de transformações desse modelo interno que pode levar a democracia ao colapso, e também explica como as cobranças devem partir de nós, usuários, para que a empresa faça modificações significativas em como suas ferramentas estão sendo usadas.
Dessa maneira, ela também nos questiona:
“É isso que nós queremos? Um mundo da pós-verdade onde a toxicidade e o tribalismo superam o diálogo e a busca de consenso?”
Querido Facebook, é assim que você está destruindo a democracia
Ative as legendas para português, caso seja necessário. 🙂
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